O que ensinou Paulo e Lucas sobre Sola Scriptura - Uma resposta ao
Cacp
I – O que Paulo ensinou sobre Sola Scriptura aos
Coríntios?
O contexto maior de I Cor 4:6 vai do capítulo 1 ao
4. O contexto é claro em mostrar que naquela época a comunidade de Corinto
estava começando a seguir os homens em vez de seguir a Palavra de Deus. Por
isso houve até divisões dentro da igreja por essa causa, pois um grupo dizia
“…Eu sou de Paulo; ou, Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo.”
[1.12] Não é isso o que acontece hoje com os católicos romanos quando se ufanam
em dizer que pertencem à cátedra de Pedro? Com isso eles estão violando o que
Paulo disse aqui.
Gostaríamos de alistar aqui quatro textos que
formam uma unidade contextual e prova que Paulo ensinava a necessidade das
Escrituras ao invés de seguir as tradições humanas, são eles Mt 16:18 + I Cor
1:10-13 + I Cor 3:5-17 + I Cor 4:6.
1. “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre
esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela;” [Mt 16:18]
2. “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei
eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja
cada um como edifica sobre ele.” [I Co. 3.10]
3. “11 Porque ninguém pode lançar outro fundamento,
além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” [I Co. 3.11]
4. “Ora, irmãos, estas coisas eu as apliquei
figuradamente a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não
ir além do que está escrito…” [I Co. 4.6]
Observe que Paulo não disse, ” para que em nós aprendais a não ir além das tradições orais que vos temos dado”. Ao invés disso Paulo coloca toda ênfase nas Escrituras.
Observe que Paulo não disse, ” para que em nós aprendais a não ir além das tradições orais que vos temos dado”. Ao invés disso Paulo coloca toda ênfase nas Escrituras.
Junta-se a isto o fato de que nesta época (c. 54
d.C) apenas uma porcentagem do NT estava escrita. Somente por volta de 90-100 é
que completou o cânon do NT. Mesmo assim Paulo não incentivou a igreja a
confiar na tradição oral, mas nas Sagradas Escrituras. Mas voltando ao assunto,
veja que Paulo aplicou metaforicamente a ele, Apolo e outros líderes como
Pedro, as figuras de “lavrador” e “construtor”.
Agora vamos fazer a conexão: Jesus disse que era a
rocha (fundamento) e que sobre Ele mesmo iria edificar ou construir sua igreja.
Paulo diz que este trabalho [de edificar sobre o fundamento] caberia aos
líderes das igrejas como ele mesmo, Apolo, Pedro e outros. Mas não era para os
cristãos depositarem sua fé nas figuras [os apóstolos] mas na Palavra escrita.
Não era Pedro ou Paulo, não era uma suposta tradição oral, mas era a Palavra
escrita que não era para ser ultrapassada. Jesus pretendia construir ou
edificar sua igreja através do ensino da sua Palavra e não através de Pedro ou
Paulo.
Jesus disse, “sobre esta pedra edificarei a Minha
igreja” e Paulo recomendou ao edifício que é a igreja a não exceder as
Escrituras.
II – O que Lucas ensinou sobre Sola Scriptura?
“Visto que muitos têm empreendido fazer uma
narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, segundo no-los
transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da
palavra, também a mim, depois de haver investido tudo cuidadosamente desde o
começo, pareceu-me bem, ó excelentíssimo Teófilo, escrever-te uma narração em
ordem. Para que tenhas plena certeza das coisas em que foste ensinado.” [Lucas
1.1-4]
O prefácio do evangelho de Lucas subentende que na
época já havia histórias da vida de Jesus sendo transmitidas oralmente. Mas
note que Lucas não diz a Teófilo para se apoiar nestas tradições, nem tampouco
confiar nelas. O que tudo indica que naquela época as informações sobre a vida
de Jesus e seus ensinamentos não eram totalmente seguras. Então ele diz a
Teófilo que após investigar cuidadosamente os fatos resolveu escrever uma
narração em ordem sobre a vida do mestre para que seu amigo pudesse ter “a
plena certeza” das coisas em que foi ensinado.
Lucas 1:1-4 mostra claramente a superioridade da
Palavra escrita sobre a tradição oral que os católicos tanto defendem.
Pense bem, se a tradição oral pudesse por si mesma
transmitir a certeza das coisas, não haveria necessidade de Lucas colocar em
forma escrita o evangelho! Obviamente havia muitas tradições orais diferentes
além das palavras dos apóstolos. Teófilo não era capaz de discernir por si
mesmo quais destas tradições orais eram verdadeiras ou não. Unicamente através
da Palavra escrita, Teófilo pode saber a verdade acerca de Cristo.
Fonte: Traduzido e adaptado de diversos sites pela
equipe do CACP.
Nossa Resposta:
Meu Deus, não sei como é que diante de tantas
passagens paulinas e lucanas que claramente enunciam a autoridade da Tradição e
da Igreja pode alguém ainda ter a ousadia de afirmar que esse apóstolo e esse
evangelista eram solascripturistas. Para cometerem esse grande absurdo, claro,
terão que desvirtuar o verdadeiro sentido dos textos bem como isolar outros.
Não há outra saída. É o que acontece com os artigos do Sr. Paulo Cristiano,
presidente do Cacp. Mas analisemos as objeções desse pastor:
I – O que Paulo ensinou sobre Sola Scriptura aos
Coríntios?
A resposta é curta: nada. Nada esse apóstolo
ensinou sobre essa heresia. Ao contrário, inúmeras vezes ele testemunhou a
autoridade da Tradição e da Igreja.
Os 4 textos citados (Mt 16,18 + 1 Cor 1,10-13 + 1 Cor 3,5-17 + 1 Cor 4,6), que juntos, conforme a pretensão do pastor, provariam a falsa doutrina da Sola Scriptura, realmente nada provam em favor dela. De fato, o primeiro texto, como todos já sabemos, demonstra, contrariamente aos anseios de Cristiano, a primazia de S. Pedro.
Os 4 textos citados (Mt 16,18 + 1 Cor 1,10-13 + 1 Cor 3,5-17 + 1 Cor 4,6), que juntos, conforme a pretensão do pastor, provariam a falsa doutrina da Sola Scriptura, realmente nada provam em favor dela. De fato, o primeiro texto, como todos já sabemos, demonstra, contrariamente aos anseios de Cristiano, a primazia de S. Pedro.
A pedra ali só pode ser Pedro, pois todo o contexto
gira em torno dele. E é regra de hermenêutica não isolar o texto do contexto. É
claro que o fundamento primário é o próprio Cristo. É dele que emana a função
petrina do apóstolo Pedro. Por isso, os dois outros textos enfatizam Cristo
como o fundamento da nossa fé. O que não contradiz a primazia do filho de
Jonas. Em outro lugar da Escritura se diz que Cristo é luz e depois a mesma
Escritura diz que os cristãos também são luzes, sem haver contradição nisso (Jo
8,12; Mt 5,14). Os discípulos são a luz do mundo quando iluminados pela luz do
Cristo. Assim também, Pedro é pedra, o fundamento da Igreja por ser ele
dirigido e sustentado pela firmeza, pelo fundamento maior, Jesus Cristo. Não
há, portanto, nenhuma contradição nisso.
Quanto ao último texto, é evidente que o apóstolo
Paulo não pretende aí contradizer aquilo que ele dizia em inúmeros outros
textos a favor da Tradição (1 Cor 11,3; 2 Ts 2,15 e 2 Tm 2,2, p. ex.). Além
disso, não estava o apóstolo orientando os coríntios a rejeitarem a Tradição
quando naquela época ainda não se tinha o NT como o temos hoje. Nem sequer todos
os escritos do NT estavam redigidos.
Juntando-se esses 4 textos, eles provam apenas que
devemos ter o Senhor Jesus como o centro de nossa fé e que devemos, pois, crer
em tudo o que ele diz, inclusive no primado do apóstolo Pedro.
Afirma o pastor que esses 4 textos provam que “que
Paulo ensinava a necessidade das Escrituras ao invés de seguir as tradições
humanas,” Não negamos que Paulo ensinava a necessidade das Escrituras, e isso a
Igreja sempre o fez também. Mas o Cristiano terá que convir que nesses textos
não se fala da necessidade das Escrituras.
Principalmente no sentido que pretende o pastor cacpista. Diz o pastor adiante que Paulo rejeitava “tradições humanas”. Mas isso, pastor, a Igreja Católica também o faz. É claro que tradições humanas devem ser rejeitadas. Justamente por isso é que a Igreja rejeita a Sola Scriptura porque ela é uma tradição humana. Ela é uma inovação doutrinária surgida apenas no século XVI. Agora, se Vossa Senhoria pretende dizer que a Tradição da Igreja de Cristo é tradição humana, então, aí é que está o seu grande equívoco, pois até agora nunca, nunquinha, vi um defensor da Sola Scriptura provar convincentemente o que vocês contraditoriamente afirmam.
Mais, pastor: como Paulo estaria orientando os coríntios a se apegarem apenas ao que estava nas Escritura e rejeitando qualquer Tradição, se ele considerava suas pregações orais infalíveis (Gl 1,11; 1Tes 2, 3.4.13) e se ele em outro momento recomenda a guarda das tradições escritas ou orais (2Ts 2,14.15)? Você está querendo dizer que o apóstolo Paulo se contradiz? Ou pior: está dizendo que o Espírito Santo, verdadeiro autor das Escrituras, se contradiz?
Principalmente no sentido que pretende o pastor cacpista. Diz o pastor adiante que Paulo rejeitava “tradições humanas”. Mas isso, pastor, a Igreja Católica também o faz. É claro que tradições humanas devem ser rejeitadas. Justamente por isso é que a Igreja rejeita a Sola Scriptura porque ela é uma tradição humana. Ela é uma inovação doutrinária surgida apenas no século XVI. Agora, se Vossa Senhoria pretende dizer que a Tradição da Igreja de Cristo é tradição humana, então, aí é que está o seu grande equívoco, pois até agora nunca, nunquinha, vi um defensor da Sola Scriptura provar convincentemente o que vocês contraditoriamente afirmam.
Mais, pastor: como Paulo estaria orientando os coríntios a se apegarem apenas ao que estava nas Escritura e rejeitando qualquer Tradição, se ele considerava suas pregações orais infalíveis (Gl 1,11; 1Tes 2, 3.4.13) e se ele em outro momento recomenda a guarda das tradições escritas ou orais (2Ts 2,14.15)? Você está querendo dizer que o apóstolo Paulo se contradiz? Ou pior: está dizendo que o Espírito Santo, verdadeiro autor das Escrituras, se contradiz?
Quanto ao argumento tirado de 1Cor 1, 12 nada depõe
contra nós. Ao contrário, depõe contra os solascripturistas os quais estão divididos
em diversas igrejas, e justamente por causa da Sola Scriptura. Repetimos a
pergunta do apóstolo: “está Cristo divido?”, pergunta presente logo no
versículo seguinte: o 13. Nós católicos reconhecemos que somos de Cristo, e tão
somente dele. Só que aceitamos de Cristo o primado de Pedro, instituído por ele
mesmo, conforme se lê no próprio texto de Mt 16,18, citado no texto de
Cristiano. Paulo aqui não nega a primazia petrina, como pretende o presidente
do Cacp. O que o apóstolo está questionando é nos dividirmos por causa de
preferência por certos apóstolos, quando o importante é Cristo. Além disso, não
fomos nós católicos que nos dividimos, mas os protestantes que se dividiram de
nós. Logo, o texto mais uma vez critica os solascripturistas.
Se eu fosse Paulo Cristiano, jamais lembraria que 1 Coríntios fora escrito em meados de 54 d.c, portanto, antes de diversos escritos do NT, pois isso é um fortíssimo argumento contra a doutrina que ele pretende defender. De fato, perguntamos ao pastor: você acha que os coríntios entenderam essas palavras de Paulo como a enunciação da exclusividade da Escritura de que dispunham na época? Mais grave: você acha que o apóstolo pretendeu convencer os coríntios de que os escritos da época deles era a verdade exclusiva de Deus? Se for assim, como Paulo conseguiu convencer depois esses mesmos coríntios que os escritos que vieram depois também eram palavras de Deus? Não dissera ele antes que apenas aquilo que tinha surgido até 54 d.c é que era Palavra de Deus? Como é que agora vem convencê-los de que surgira mais palavras inspiradas? Mais ainda: como é que depois de 54 d.c tem esse apóstolo a coragem de dizer que suas pregações orais são infalíveis (Gl 1,11; 1Tes 2, 3.4.13)?
Se eu fosse Paulo Cristiano, jamais lembraria que 1 Coríntios fora escrito em meados de 54 d.c, portanto, antes de diversos escritos do NT, pois isso é um fortíssimo argumento contra a doutrina que ele pretende defender. De fato, perguntamos ao pastor: você acha que os coríntios entenderam essas palavras de Paulo como a enunciação da exclusividade da Escritura de que dispunham na época? Mais grave: você acha que o apóstolo pretendeu convencer os coríntios de que os escritos da época deles era a verdade exclusiva de Deus? Se for assim, como Paulo conseguiu convencer depois esses mesmos coríntios que os escritos que vieram depois também eram palavras de Deus? Não dissera ele antes que apenas aquilo que tinha surgido até 54 d.c é que era Palavra de Deus? Como é que agora vem convencê-los de que surgira mais palavras inspiradas? Mais ainda: como é que depois de 54 d.c tem esse apóstolo a coragem de dizer que suas pregações orais são infalíveis (Gl 1,11; 1Tes 2, 3.4.13)?
Logo, São Paulo não ensinou Sola Scriptura.
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