segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

SEXUALIDADE HUMANA I





Elizabeth Kipman Cerqueira



O que deve ser apresentado sobre sexualidade no enfoque da Bioética? Em primeiro lugar, deve ser esclarecido que não se trata de apresentar regras moralistas sobre o que “se pode”, o que “se deve” ou “como deve ser” o comportamento humano nesta área. Também não é o caso de afirmar que a Bioética nada tem a dizer sobre um aspecto tão importante para a existência pessoal e social.
          De início se colocam algumas indagações que motivam o desenvolvimento deste capítulo:
          - O sexo pertence aos animais e a sexualidade à pessoa humana?
          - Existe uma maneira “realmente humana” de se viver a sexualidade?
          - A vivência plena da sexualidade pode ajudar para o encontro de respostas sobre si mesmo? E, sobre o relacionamento interpessoal?
- É possível partir de pressupostos filosóficos e antropológicos claros, de maneira crítica e verdadeira e não manipuladora?
Assim, na tentativa de responder a essas questões, este capítulo se divide em três partes principais:
1ª. Um exame de ordem antropológica: quem é a pessoa humana sexuada ?
2ª. Uma reflexão de ordem ética: existem parâmetros éticos para o comportamento sexual?
 3ª. Fecundidade e sexualidade: há necessidade de separá-las para a plena liberdade de opção?        
Na apreciação do cenário do exercício da sexualidade na sociedade, salta aos olhos “A Revolução Sexual” já assim chamada por Reich em 19311. Alguns protestam com o que consideram decadência moral, outros se orgulham da libertação de tabus e de preconceitos.
De toda forma, constata-se que não se pode mais identificar a moral restritiva com a sociedade capitalista ou com a hipocrisia burguesa. Atualmente, a busca pela liberdade na vivência da sexualidade une diversas opções políticas e culturais.
Entretanto, apesar da liberdade conquistada, pesquisas mostram que problemas se acumulam nesta área e provocam indagações2.
O que acontece com a sexualidade, campo onde mais se conquistou a liberdade de expressão e onde mais o homem expressa suas decepções? Será por esperar excessivamente dela? Por ainda existirem preconceitos religiosos?

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