Elizabeth Kipman Cerqueira
O
que deve ser apresentado sobre sexualidade no enfoque da Bioética? Em primeiro
lugar, deve ser esclarecido que não se trata de apresentar regras moralistas
sobre o que “se pode”, o que “se deve” ou “como deve ser” o comportamento
humano nesta área. Também não é o caso de afirmar que a Bioética nada tem a
dizer sobre um aspecto tão importante para a existência pessoal e social.
De início se colocam algumas
indagações que motivam o desenvolvimento deste capítulo:
- O sexo pertence aos animais e a sexualidade
à pessoa humana?
- Existe uma maneira “realmente
humana” de se viver a sexualidade?
- A
vivência plena da sexualidade pode ajudar para o encontro de respostas sobre si
mesmo? E, sobre o relacionamento interpessoal?
- É possível partir de pressupostos filosóficos e
antropológicos claros, de maneira crítica e verdadeira e não manipuladora?
Assim,
na tentativa de responder a essas questões, este capítulo se divide em três
partes principais:
1ª. Um exame de ordem antropológica: quem é a
pessoa humana sexuada ?
2ª. Uma reflexão de ordem ética: existem parâmetros
éticos para o comportamento sexual?
3ª. Fecundidade
e sexualidade: há necessidade de separá-las para a plena liberdade de opção?
Na
apreciação do cenário do exercício da sexualidade na sociedade, salta aos olhos
“A Revolução Sexual” já assim chamada por Reich em 19311. Alguns protestam com o que consideram
decadência moral, outros se orgulham da libertação de tabus e de preconceitos.
De
toda forma, constata-se que não se pode mais identificar a moral restritiva com
a sociedade capitalista ou com a hipocrisia burguesa. Atualmente, a busca pela
liberdade na vivência da sexualidade une diversas opções políticas e culturais.
Entretanto,
apesar da liberdade conquistada, pesquisas mostram que problemas se acumulam
nesta área e provocam indagações2.
O
que acontece com a sexualidade, campo onde mais se conquistou a liberdade de
expressão e onde mais o homem expressa suas decepções? Será por esperar excessivamente
dela? Por ainda existirem preconceitos religiosos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário