segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Santa Missa - Passo-Passo

A Estrutura da Liturgia Eucarística
A estrutura fundamental que se conservou ao longo dos séculos até aos nossos dias, desdobra-se em dois grandes momentos que formam uma unidade básica:

1.       A Liturgia da Palavra

2.       A Liturgia Eucarística

     Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística constituem juntas “um só e mesmo ato de culto”, com efeito, a mesa preparada para nós na Eucaristia é ao mesmo tempo a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor. (CIC 1347)

Estrutura da Liturgia Eucarística - Completa

Ritos Iniciais
 Canto de Entrada
 Saudação 
 Ato Penitencial 
 (Kyrie, eleison - Senhor Tende piedade) 
 Glória 
 Oração (Coleta)

Liturgia da Palavra
 1ª Leitura 
 Salmo 
 2ª Leitura 
 Evangelho 
 Homilia 
 Oração Universal (Profissão de Fé)

Liturgia Eucarística
 Preparação das Oferendas 
 Lavabo 
 Oração sobre as Oferendas 
 Oração Eucarística 
 Prefácio 
 Epiclese 
 Narrativa da Ceia 
 Anamnese 
 Oblação 
 Intercessões 
 Doxologia Final 
 Comunhão 
 Pai Nosso 
 Rito da Paz 
 Fração do Pão 
 Procissão para a Comunhão 
 Oração depois da Comunhão

 Ritos Finais
 Avisos 
 Benção 
 Despedida
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Participando da Missa Passo a Passo

Participando da Missa (Passo a Passo)
     A Missa é simultaneamente sacrifício de louvor, de ação de graças, de propiciação e de satisfação. Nela se encontra tanto o ápice da ação pela qual Deus santificou o mundo em Cristo, como o do culto que os homens oferecem ao Pai, adorando-o pelo Cristo, Filho de Deus.
A celebração da Eucaristia é uma ação de toda a Igreja, onde cada um deve fazer tudo e só aquilo o que lhe compete, segundo o lugar que ocupa no Povo de Deus.
Comentário Introdutório: É feito pelo comentarista da celebração e marca de certa maneira, o inicio da Santa Missa (A celebração, de fato, só tem inicio com o Sinal da Cruz, logo após a procissão e o beijo no Altar). Em algumas comunidades é precedido pelo som do sininho, que indica aos fieis presentes para que interrompam suas orações particulares e se unam na Oração Oficial e Comum da Igreja.
O comentário inicial convida a participação coletiva dos fieis e visa criar um ambiente propício para oração e a fé. Em geral, o comentário situa os presentes num determinado “tema” que será abordado mais profundamente nas leituras da Bíblia, durante o Rito da Palavra.
A assembleia pode ouvir o comentário sentada,
Canto de Entrada: Toda assembleia de pé. Tem a função de abrir a celebração, promover a união da assembleia, introduzir os fieis no Mistério do tempo litúrgico ou da festa e acompanhar a procissão do Bispo, do(s)sacerdote(s), do(s) diácono(s) e dos ministros.
Se houver uso de incenso, prossegue até que o altar seja incensado.O Canto de Entrada deve ser um canto que trate do mesmo assunto e motivo da celebração. Os instrumentos musicais terão a função de unir, incentivar e apoiar o canto não devendo cobrir as vozes. Todo este canto como a procissão do sacerdote não deverão ser demasiado longas. O canto deve terminar quando o sacerdote chega ao altar.
O ideal é que não falte, porém não havendo canto de entrada, a antífona proposta pelo Missal é recitada pelos fieis, leitor ou pelo Sacerdote.
Antífona de Entrada: São breves palavras que o sacerdote ou diácono fazem para introduzir os fieis na Missa do dia. Em regra, costuma a ser um versículo bíblico que tenha total ligação com o “tema” da missa, com as leituras que serão feitas durante o Rito da Palavra.
Saudação: Toda a assembleia de pé. É um gesto de boas vindas feito pelo presidente da celebração recebendo a todos com alegria. Após a saudação a assembleia responde: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”.
Ato Penitencial: Toda a assembleia de pé. Todos são convidados pelo sacerdote a reverem suas faltas, permanecendo-se em silêncio por um tempo. Neste Ato Penitencial, os pecados Veniais (leves) são perdoados de acordo com a vontade. Pode ser recitado ou cantado, conforme convite do presidente. Se cantado sua melodia deve traduzir a contrição de quem pede perdão. Todo o povo deve participar deste canto e os instrumentos devem o acompanhar de modo suave, quase imperceptível.
No domingo de Ramos pode ser substituído pela procissão. Na Quarta feira de Cinzas é substituído pela imposição das cinzas ou pode também ser substituído pela benção e aspersão da água.
Este Ato é introduzido pelo sacerdote e concluído com a absolvição, também pelo sacerdote que se inclui para deixar claro que não se trata do sacramento da Penitência.
Kyrie, eleison - Senhor Tende piedade: Toda a assembleia de pé. Depois do Ato Penitencial inicia-se o Kyrie, eleison, a não ser que já tenha sido rezado ou cantado no próprio ato penitencial. Nele os fieis aclamam o Senhor, imploram a sua misericórdia e também louvam ao Senhor Jesus pelo perdão, (por olhar por nós com Sua misericórdia). Por via de regra, dada aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo nem incluído mais repetições. Se não for cantado, seja recitado.
Glória: Toda a assembleia de pé. É o hino antiquíssimo (século II) pelo qual a Igreja congregada no Espírito Santo, glorifica a Deus Pai e ao Cordeiro. É um louvor as três pessoas da Santíssima Trindade, cantado ou recitado nas Missas dominicais, solenidades ou nas festas dos santos. No tempo do Advento e Quaresma não se reza nem se canta o Glória. Também não se diz nos dias de semana porque perderia o sentido solene. As vezes são cantados uns hinos um pouco diferentes.
- Há uma proibição explícita de se substituir o texto do hino do Glória por outro texto qualquer (cf. n.53 da IGMR) o mesmo acontece com o Santo e o Cordeiro de Deus.
- Não é lícito substituir os cantos colocados no Ordinário da Missa, por exemplo, o Cordeiro de Deus, por outros cantos (cf. n. 366 da IGMR).
Oração (Coleta): Toda a assembleia de pé. Esta oração encerra o rito inicial da Missa. O sacerdote convida o povo a rezar (quando ele diz, Oremos); todos se conservam em silêncio com o sacerdote por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente os seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar “coleta”, pela qual se exprime a índole da celebração. A assembleia conclui a oração com o Amem. Dentro da oração da coleta podemos perceber os seguintes elementos: invocação, pedido e finalidade.
     A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelo silêncio e pelos cantos o povo se apropria dessa palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro (cf. n. 55 da IGMR).
1a Leitura: Toda a assembleia sentada. É normalmente tirada dos livros históricos e proféticos da Bíblia; anuncia a salvação que se realizara plenamente em Jesus Cristo. Esta leitura é proclamada da mesa da Palavra (Ambão) por um fiel ou religioso(a). No final da leitura o leitor diz "Palavra do Senhor" e todos juntos respondem a aclamação "Graças a Deus".
Salmo: Toda a assembleia sentada. Está leitura é proclamada ou cantada da mesa da Palavra (Ambão) ou outro lugar adequado por um fiel ou religioso(a). É parte integrante da liturgia da palavra, oferecendo uma grande importância litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da palavra de Deus.
     O Salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente será tomado do lecionário. O salmista profere os versículos do Salmo perante toda a assembleia que responde dizendo ou cantando o refrão.
2a Leitura: Toda a assembleia sentada. Em geral é tirada das cartas dos apóstolos, que apresentam à comunidade o mistério de Cristo e exortam a vivê-lo. Esta leitura é proclamada da mesa da Palavra (Ambão) por um fiel ou religioso(a). No final da leitura o leitor diz "Palavra do Senhor" e todos juntos respondem a aclamação "Graças a Deus".
Canto de Aclamação ao Evangelho: Toda a assembleia de pé. Esta aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através da qual a assembleia dos fieis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. O Aleluia é cantado em todos os tempos, exceto na Quaresma, sendo iniciado por todos ou pelo grupo de cantores ou cantor, podendo ser repetido. No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia,canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no lecionário. Pode-se cantar também um segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual. (cf. n.62 da IGMR).
O Sinal da Cruz: Toda a assembleia de pé. O sacerdote ou diácono faz o sinal da cruz sobre o Lecionário ou Evangeliário e também, sobre a testa, sobre a boca e sobre o peito (neste caso, rezando em silêncio: "Pelo sinal da Santa Cruz, livre-nos Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos"); e cada fiel se persigna com três sinais da cruz, um sobre a testa, um sobre a boca e um sobre o peito, pedindo a Deus que purifique os nossos pensamentos, as palavras que brotarão das nossas bocas, e o nosso coração. Não é necessário fazer o quarto sinal da cruz no final.
Evangelho: Toda a assembleia escuta de pé. O Evangelho é proclamado pelo Padre ou Diácono. É o ponto culminante da Liturgia da Palavra. A Palavra de Deus é sinal de presença de Cristo e deve ser proclamada em toda celebração. Para se dar mais destaque ao anuncio da Palavra de Jesus, é bom que dois ministros ou acólitos segurem uma vela em cada lado do Ambão onde o diácono (ou o sacerdote) se faz a proclamação do Evangelho.
Homilia: Toda a assembleia sentada. A Homilia (que significa conversa familiar) é feita pelo Bispo, Padre ou pelo Diácono. Diferente do sermão ou de outra forma de pregação, ela tem o objetivo de relacionar o texto com a vida dos fieis. O ministro da celebração traz a mensagem da Palavra para a vida da comunidade, convidando os fieis para praticar o que ela propõe.
Oração Universal (Profissão de Fé): O símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo reunido a responder à palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé através de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucaristia. Não pode faltar nas Missas dominicais, nas solenidades, na celebração do Batismo, da Crisma e Primeira Comunhão. É um absurdo substituir o Creio por formulações que não expressam a fé como é professada nos símbolos mencionados.
Oração dos fieis: Toda a assembleia de pé. As intenções devem relacionar-se com o tema do Evangelho, com as necessidades da Igreja, com os poderes públicos, com os que sofrem qualquer dificuldade, com a comunidade local. Pode ser cantada, em ladainha, fórmulas, espontâneas. Uma pessoa diz a intenção e todos respondem conforme combinado. Esta oração vem logo após a homilia ou a oração de Creio. Cabe ao sacerdote introduzir esta oração por meio de uma breve exortação e concluindo com uma suplica.


     Com a Oração Universal dos Fiéis concluímos o primeiro momento da celebração, a Liturgia da Palavra. Todas as atenções da comunidade reunida estavam voltadas para o anúncio da Palavra: o lecionário, o Ambão, os leitores, a homilia... próprios do momento da Palavra. O Altar, embora ocupando a centralidade do presbitério, ainda não é o centro da ação litúrgica. Por isso, tanto os leitores como o presidente da celebração fazem uma inclinação profunda para o altar, antes de subir até o Ambão para as leituras e a proclamação do Evangelho.
     Concluída a Oração Universal dos Fiéis, todas as atenções se voltam para o Altar, para onde, agora todos convergem: o presidente, os ministros, a assembleia.

     A Liturgia Eucarística consiste essencialmente na ceia sacrifical que, sob os sinais do pão e do vinho, representa e perpetua no altar o sacrifício pascal do Cristo Senhor.
Sacrifício e ceia estão unidos de modo tão íntimo que, no momento mesmo em que se realiza e oferece o sacrifício, ele é realizado e oferecido sob o sinal da ceia.
Por conseguinte, são dois os momentos principais da Liturgia Eucarística: a grande oração eucarística, dentro da qual se realiza e se oferece o sacrifício, e a santa comunhão, com a qual se participa plenamente, na fé e no amor, do próprio sacrifício.

O altar é o centro visível da liturgia eucarística.

Estrutura da Liturgia Eucarística

 Preparação das Oferendas
      Lavabo 
 Oração sobre as Oferendas 
 Oração Eucarística 
 Prefácio 
 Epiclese 
 Narrativa da Ceia 
 Anamnese 
 Oblação 
 Intercessões 
 Doxologia Final 
 Comunhão 
 Pai Nosso 
 Rito da Paz 
 Fração do Pão 
 Procissão para a Comunhão 
 Oração depois da Comunhão 
Ritos Finais 
• Avisos 
 Benção
 Despedida

Preparação das Oferendas: Toda a assembleia sentada. No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas (pão e vinho) que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo.
     Primeiramente prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o missal e o cálice, a não ser que se prepare na credência.
     A seguir, trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar adequado para serem levados ao altar. Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual.
     Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto dela; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística.
     O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas (cf. n. 37, b) e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para o canto da entrada (cf. n. 48). O canto pode sempre fazer parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a procissão dos dons.
 Sentido das gotas de água no vinho: Toda a assembleia sentada. O vinho, segundo a Sagrada Escritura, lembra a Redenção pelo sangue e de modo particular a Paixão de Cristo, ao passo que a água traz a mente o povo de Deus salvo das águas e o novo povo de Deus nascido das águas do Batismo.
Assim como as gotas de água colocadas no vinho somem totalmente, são assumidas pelo vinho, transformadas, por assim dizer, em vinho, no Sacrifício da Missa nós devemos entrar em Cristo, Identificar-nos com Ele, fazer-nos um com Ele.
 Lavabo: Toda assembleia sentada. O sacerdote lava as mãos, ao lado do altar, exprimindo por esse rito o seu desejo de purificação interior.
 Oração sobre as Oferendas: Toda assembleia de pé. Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a Oração eucarística com o convite aos fiéis a rezarem com o sacerdote, e com a oração sobre as oferendas.

Toda a assembleia de pé. A Oração eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, em nome de toda a comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembleia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. Forma um todo, que comporta diversos elementos:

 Santo:  Toda a assembleia de pé. É parte própria da Oração Eucarística, e é proferida ou cantada por toda assembleia com o sacerdote, antes da consagração.
É um rito da Santa Missa. Não podemos perder o sentido original da grande aclamação a Deus, dizendo Três vezes “Santo”.
Esta repetição, é um reforço de expressão para significar o máximo de santidade. É como se dissesse “Deus é santíssimo”.
Nós cantamos/rezamos o cântico que os serafins proclamaram diante do trono celeste (Is 6,3).
1No ano da morte do rei Ozias, eu vi o Senhor sentado num trono muito elevado; as franjas de seu manto enchiam o templo. 2 Os serafins se mantinham junto dele. Cada um deles tinha seis asas; com um par (de asas) velavam a face; com outro cobriam os pés; e, com o terceiro, voavam. 3 Suas vozes se revezavam e diziam: Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória! 4 A este brado as portas estremeceram em seus gonzos e a casa, encheu-se de fumo.
É o reforço de expressão para significar o máximo da Santidade. Faz parte integrante da Oração Eucarística.
Existem ao menos três elementos fundamentais:
1 – A santidade de Deus – Santo, Santo, Santo, Senhor Deus...
2 – A majestade de Deus – O céu e a terá proclamam a vossa glória
3 – A imanência de Deus – Bendito o que vem em nome do Senhor...
O Santo deve ser integral. Portanto, não se trata de um “canto de Santo”. Todo ele é bíblico. Outro motivo para que o texto não seja substituído por outro canto qualquer “de Santo” é que a maioria das Orações Eucarísticas retoma o tema do Deus santo para continuar a narração das maravilhas de Deus e fazer a transição para a epiclese ou invocação do Espírito Santo, como na II Oração eucarística. 

Não é lícito substituir os cantos colocados no Ordinário da Missa, por exemplo, o Santo, o Cordeiro de Deus, por outros cantos (IGMR 366)
Narrativa da Ceia e ConsagraçãoToda a assembleia ajoelhada. Quando pelas palavras e ações de Cristo se realiza o sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinho, e ao entregá-los aos apóstolos como comida e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério.Ajoelhar é sinal de adoração, humildade e penitência, e se por motivos sérios não se puder ajoelhar, fica-se de pé e faz-se uma profunda inclinação (reverência) nas duas vezes que o presidente fizer a genuflexão – Neste momento não se deve permanecer de cabeça baixa.
Enquanto o Sacerdote celebrante pronuncia a Oração Eucarística, «não se realizarão outras orações ou cantos e estarão em silêncio o órgão e os outros instrumentos musicais»,[132] salvo as aclamações do povo, como rito aprovado, de que se falará mais adiante (cf. RS 53). É um momento intimo de profunda adoração (nesse momento o mistério do amor do Pai é renovado em nós. Cristo dá-se por nós ao Pai trazendo graças para nossos corações). Após este momento o padre diz Eis o mistério da Fé, aqui a indicação é que todos permaneçam de pé.
 Anamnese (recordação, comemoração): Toda a assembleia de pé. Memorial (ação que torna atual o momento da Ceia) na qual cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor, a Igreja faz a memória do próprio Cristo relembrando principalmente a sua bem aventurada paixão, a gloriosa ressurreição e a Ascensão aos céus. Esta oração leva a oblação.
 Oblação: Toda a assembleia de pé. A Igreja reunida realizando esta memória oferece a Deus Pai no Espírito Santo, a hóstia imaculada, e deseja que os fieis, se ofereçam a Cristo buscando aperfeiçoar-se cada vez mais, na união com Deus e com o próximo.
 Intercessões: Toda a assembleia de pé. Expressa que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, que a oblação; é feita por ela e por todos membros vivos ou falecidos, que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo.
 Doxologia Final: Toda a assembleia de pé - Fórmula de louvor a Glória de Deus. Parte própria dos Sacerdotes. Exige a Oração Eucarística que todos escutem com reverência e em silêncio, dela participando pelas aclamações previstas no próprio rito. A participação da assembleia na doxologia acontece pelo “Amem”. Alias este é o “Amem” por excelência da ação litúrgica; e, por isso, se possível, poderá ser sempre cantado.
É o assentimento total da assembleia litúrgica a tudo o que foi pronunciado ministerialmente pelo presidente da celebração durante a Oração Eucarística.

Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão.
 Pai Nosso: Toda a assembleia de pé. Na Oração do Senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fieis recitam a oração com o celebrante, e ele acrescenta sozinho o embolismo (livrai-nos de todos os males ó Pai... ), que o povo encerra com a doxologia (vosso é o reino e a glória para sempre). Pode ser cantado, porém como se reza (as mesmas palavras, sem acrescentar ou tirar nada).
Não se diz o Amem no final da oração, pois a oração seguinte é continuação.
 Rito da Paz: Toda a assembleia de pé. A Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana e os fiéis exprimem entre si a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de comungar do Sacramento. A oração pela paz (Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos, Eu vos deixo a paz... ) é uma oração presidencial, que só o celebrantes faz, pois ele age in Persona Christi – na Pessoa de Cristo.
Ao final o presidente da celebração convida os fieis a saudarem-se uns aos outros. Convém, no entanto, que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.
- A Instrução Redemptionis Sacramentum, publicação brasileira, diz: Não se execute qualquer canto para dar a paz, mas sem demora se recite o “Cordeiro de Deus”. (cf RS. 72)
Fração do Pão: Toda a assembleia de pé. O gesto da fração realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis pela Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo, formam um só corpo ( 1Cor 10, 17).
O sacerdote parte a hóstia grande e coloca uma parte da mesma dentro do cálice, que significa a união do Corpo e do Sangue do Senhor na obra da salvação, ou seja, do Corpo vivente e glorioso de Cristo Jesus.
Durante a fração do pão: Esta invocação (Angus Dei), de origem Bíblica (Jo 1,29), é o canto da assembleia e deve ser iniciada pela assembleia e faz alusão ao Cordeiro Pascal, que se imola e tira o pecado do mundo. Pode ser recitada ou cantada, mas a assembleia deve participar da última petição: dai-nos a paz.
O sacerdote se prepara, rezando em voz baixa, para receber frutuosamente o Corpo e o Sangue de Cristo. Os fieis fazem o mesmo rezando em silêncio.
A seguir o sacerdote mostra aos fieis o pão eucarístico que será recebido na comunhão e convida-os a ceia de Cristo, e, unindo-se aos fieis o sacerdote faz um ato de humildade usando as palavras do Evangelho.
Procissão para a Comunhão: Os que se encontram preparados, deverão ir devagar e em oração. Ao chegar perto do ministro, façam um ato de reverência antes de receber o Santíssimo Sacramento, no local e de modo adaptado, contando que não se perturbe o ritmo no suceder-se dos fieis.
Comunhão: Deverá o fiel estar em pelo menos 1 hora em Jejum e poderá ser recebida de dois modos (cf orientação da Igreja local):
 Na Mão: Deverá estar a mão esquerda aberta sobre a mão direita, com a palma virada para cima, na frente do corpo, à altura do peito onde é colocada Hóstia. Com a mão direita deve-se levar a Hóstia até a boca. Deverá ser consumida na frente do Celebrante ou do Ministro. Depois, em atitude de recolhimento, volta-se para o lugar, ficando sentados ou ajoelhados. Não se deve comungar andando, mas quem recebeu a partícula sagrada, afaste-se para o lado (afim de deixar a pessoa seguinte aproximar-se) e, parado, comungue.
Em 05/03/1975 a Santa Sé concedeu aos Bispos do Brasil a faculdade de permitirem a Comunhão na mão em suas respectivas dioceses, desde que sejam observadas as seguintes norma: (seguem algumas delas)
- A hóstia deverá ser colocada sobre a palma da mão do fiel, que levará à boca antes de se movimentar para voltar ao lugar. Ou então, embora por varias razões isto nos pareça menos aconselhável, o fiel apanhará a hóstia na patena ou no cibório, que lhe é apresentado pelo ministro que distribui a comunhão, e que assinala seu mistério dizendo a cada um a formula: “O Corpo de Cristo”.
- É, pois, reprovado, o costume de deixar a patena ou o cibório sobre o altar, para que os fieis retirem do mesmo a hóstia, sem a apresentação por parte do ministro.
- É necessário tomar cuidado com os fragmentos, para que não se percam, e instruir o povo a seu respeito, e também recomendar que os fieis tenham as mãos limpas.
Nunca é permitido colocar a mão do fiel a hóstia já molhada no cálice.
Estas normas se encontram na carta, datada de 25/03/1975, pela qual a Presidência da conferência Nacional dos Bispos do Brasil transmitia a cada Bispo as instruções da Santa Sé.
Na Boca: Fieis se aproximam do celebrante ou Ministro e recebem a comunhão sobre a língua. Depois, em atitude de recolhimento, voltam para o lugar, ficando sentados ou ajoelhados.
     Enquanto o sacerdote e os fieis recebem o Sacramento entoa-se o canto da Comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo.
O Canto começa quando o sacerdote comunga, prolongando-se oportunamente, enquanto os fieis recebem o Corpo de Cristo.
     Após o sacerdote ter feitos as purificações, ele volta à cadeira. Se for oportuno pode-se guardar durante algum tempo um sagrado silêncio. Embora não previsto, pode-se entoar um salmo, hino, ou outro canto de louvor.
 Oração depois da Comunhão: Toda a assembleia de pé. O sacerdote de pé diz: Oremos. Nesta oração o sacerdote implora os frutos do mistério celebrado e o povo, pela aclamação Amem, faz a sua oração.

Avisos: Toda a assembleia sentada. Deverão ser dados da na mesa do comentarista. É o momento mais adequado para breves homenagens, que as comunidades gostam de prestar em dias especiais ou algum comunicado da comunidade. É útil uma mensagem final, na qual se exorte a comunidade a testemunhar pela vida a realidade celebrada.
 Benção: Toda a assembleia de pé. Parte própria do celebrante. Aqui se faz uma leve inclinação para receber a benção.
 Despedida: Toda a assembleia de pé. Parte própria do diácono ou do celebrante, para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus. Um canto final, se oportuno, embora não previsto, pode ser entoado e encontrará maior receptividade neste momento, do que mais tarde. Só se deixa o lugar após o celebrante ter se retirado do altar.

“Na celebração da Missa os fiéis constituem o povo santo, o povo adquirido e o sacerdócio régio, para dar graças a Deus e oferecer o sacrifício perfeito, não apenas pela mão do sacerdote, mas também juntamente com ele. Por isso devem ser evitados qualquer tipo de individualismo ou divisão, a fim de formem um único corpo. Tal unidade se manifesta muito bem quando todos os fieis realizam em comum os mesmos gestos e assumem as mesmas atitudes externas”.



Trabalho realizado por Diác. Marco Carvalho


Fontes:
IGMR - Introdução Geral ao Missal Romano (Ed. Paulus)
RS - Instrução Redemptionis Sacramentum – Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Ed. Paulinas)
Animação da vida liturgica no Brasil – CNBB (doc. 43)
Celebrar a Vida Cristã – Frei Alberto Beckhauser, OFM (Ed. Vozes)
A Liturgia da Missa - Frei Alberto Beckhauser, OFM (Ed. Vozes)
Novas Mudanças na Missa - Frei Alberto Beckhauser, OFM (Ed. Vozes)
Cantar a Liturgia - Frei Alberto Beckhauser, OFM (Ed. Vozes)
Liturgia da Missa Explicada – Pe.Gilson Cezar de Camargo (Ed. Vozes)

ORIENTAÇÕES LITÚRGICAS


Texto escrito pelo Pe. José Carlos Fonsatti; acréscimos do Pe. Lourenço Mika.
Toda e qualquer colaboração, enviar para: 
lmaikol@uol.com.br
NORMAS GERAIS
A celebração da Missa é o memorial da morte e ressurreição de Jesus. Não é apenas uma recordação do que aconteceu há tantos anos atrás. Não é um teatro e nem uma representação. Mas em cada celebração da eucaristia, atualiza-se nos nossos altares aquele único e supremo sacrifício de Cristo na cruz. Por isso. a Eucaristia deve ser celebrada com muito respeito e devoção.
Devemos evitar dois exageros na celebração:
- o legalismo, que é o apego às normas, um rigorismo fechado não dando lugar a uma criatividade sadia prevista pelas normas litúrgicas;
- o liberacionismo, que desconhece ou passa por cima das normas litúrgicas, desrespeita o essencial da celebração, confunde criatividade com novidade, invencionices e caprichos pessoais.
* Quem atua na celebração deve ter uma postura de fé e dignidade. Evite-se qualquer exibição, autopromoção. Tudo deve ser feito para a Glória de Deus e ajudar os fiéis na oração. Deus merece ser louvado com arte e bom gosto. E o povo tem direito a uma celebração bonita e digna.
* Os participantes da equipe de celebração devem ter um especial cuidado com a roupa: vestidos muito curtos ou decotados, bermudas, camisas de clubes de futebol, camisetas com estampas de bandas de rock, chinelos etc... Os MECEs tenham sempre seus jalecos ou túnicas bem limpos.

* Na celebração da Eucaristia há várias atribuições e funções. Cada um deve fazer o que lhe compete, cumprir a sua obrigação sem invadir o que é de competência de outro.

* A equipe de celebração deve informar o padre que presidirá a missa, sobre o que será feito: cantos, procissões, ação de graças... Tudo deve ser feito em sintonia, união e comunhão. Isto pode ser feito mediante a Ficha Litúrgica, a ser preenchida com antecedência e entregue para o padre antes do início da celebração (modelo no final deste arquivo).

1 - O AMBIENTE

1.1 - A Sacristia
A palavra "sacristia" quer dizer "lugar sagrado". Assim, não deve ser um depósito de papéis, vasos, objetos, material de limpeza. Deve ter uma mesa onde o padre possa colocar seus pertences e preparar-se para celebrar dignamente. Na sacristia cria-se o clima de concentração para a celebração. Não deve ser lugar de "corre-corre", barulho, falatório, risadas...
Durante a celebração da missa ou do culto, as pessoas não devem ficar na sacristia, conversando, rindo... O sacristão/ã ou pessoa responsável pela igreja/capela deve ser informado sobre o que vai acontecer na celebração para preparar com antecedência o que for necessário: flores, velas, vestes, imagens, sobretudo o material para o batismo, quando houver.
Os coroinhas devem se vestir com antecedência e se postar na Procissão de Entrada. Em certas localidades, os coroinhas ficam esperando o padre na porta da igreja e correm para a sacristia para se vestir quando vêem o padre chegar, já em cima da hora.

1.2 - A igreja (igreja paroquial/capela)
A igreja, sede da paróquia ou capela, é um lugar sagrado, onde se reúne a verdadeira Igreja, Corpo Místico de Cristo. Deve estar sempre bem limpa e preparada para a celebração. Os responsáveis pela celebração devem evitar conversar em voz alta ou ficar andando de um lado para o outro, antes e depois da missa. Tudo deve ser preparado com antecedência.

1.3 - O Presbitério
O presbitério é o lugar onde está o altar da celebração. Durante a celebração, apenas o celebrante, os coroinhas e os ministros devem ocupar o presbitério. É importante que cada um ocupe seu lugar, que haja cadeiras suficientes para todos. Ninguém deve ficar de costas para o altar. Quando houver batismo, pais e padrinhos podem ocupar os primeiros bancos para acompanhar a celebração.

a) O ALTAR
É o centro de toda celebração. É a Mesa da Eucaristia. Deve ficar vários degraus acima do povo, de acordo com o tamanho do ambiente, para que todos os fiéis possam enxergar o padre. Velas e flores devem ficar fora do altar; no altar, unicamente, Missal Romano (no início), e depois, corporal-cálice-patena-cibório-sangüínio. O altar representa Jesus Cristo. Por isso, é importante que esteja sempre bem arrumado, com toalhas limpas e bem passadas. As toalhas podem ser da cor litúrgica ou branca. Também não devemos guardas coisas debaixo do altar. O altar não é prateleira de flores e outros objetos, nem estante para se fixar cartazes. 
As flores e enfeites devem ser colocados de modo que não escondam o altar. Nunca sobre ele. É preferível não usar flores do que usar flores artificiais ou flores murchas. No Advento e na Quaresma convém evitar o uso de flores. Nem mesmo as imagens devem ser colocadas sobre o altar. Para isso, se prepara uma mesa ou estante no lugar mais apropriado.

O AMBÃO
O ambão ou Mesa da Palavra Deve ser do mesmo material e da cor do altar. Ali devem ser proclamados as leituras e o evangelho. A Mesa da Palavra não deve ser usada pelos comentaristas, cantores ou para dar os avisos. Pode ser coberta por uma toalha ou faixa de tecido, desde que da mesma cor da toalha do altar. O ambão pode ter a Bíblia Sagrada, aberta e voltada para o povo; e, obrigatoriamente, o Lecionário Dominical (ou Semanal), voltado para quem proclama a Liturgia da Palavra. No ambão, não se use o folheto litúrgico. A homilia e as Preces da Comunidade podem ser feitas da Mesa da Palavra.
Em todas as comunidades, é necessário possuir o Missal Romano e o Lecionário (Dominical, Semanal e Santoral).

e) A SEDE

A Sede, também chamada de "cadeira do padre" deve ser colocada num lugar onde o celebrante possa ver a Mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia (altar). O padre preside a celebração, tanto a Liturgia da Palavra como a Liturgia Eucarística. A sede não deve ser ocupada pelos MECEs.ou outros que farão a celebração da Palavra

2 - AS FUNÇÕES

2.1- A Equipe de Acolhida
A equipe de acolhida, onde houver, deve chegar antes ao local da celebração para acolher as pessoas que chegam. A acolhida deve ser feita com alegria, simpatia e simplicidade. Tudo com muita naturalidade. As desavenças pessoais não devem dificultar um sorriso e um aperto de mão à porta da igreja. O membro da equipe de acolhida podem entregar os folhetos para a celebração ou deixar essa função com as crianças ou para os coroinhas. Cabe à equipe de celebração acompanhar os idosos até o banco; providenciar um lugar para as mães com crianças de colo ou para as grávidas. É também dever da equipe de acolhida fazer com que as pessoas entrem na igreja e não fiquem paradas na porta. Sempre que necessário, a equipe de celebração poderá organizar as procissões, principalmente a das ofertas. No final da celebração a equipe estará na porta da igreja agradecendo a presença das pessoas e convidando para a próxima celebração.

2.2 - Os coroinhas
É muito louvável que haja coroinhas. Mas eles devem ser instruídos. Por exemplo, explicar-lhes que devem levar ao altar primeiramente o cálice, os cibórios com hóstias a serem consagradas e depois o vinho e a água. O trabalho principal deles é servir o altar. Cabe a eles trazer ao altar as ofertas do pão e do vinho, quando não houver procissão das ofertas. Também cabe a eles segurar as velas ao lado do padre na hora da leitura do Evangelho. E também trazer ao altar as ofertas dos fiéis.

2.3 - O comentarista
O comentarista deve ser o animador da celebração. Não é um pregador, nem um professor, muito menos locutor de rádio. Não é papel dele fazer sermões, dar "broncas", chamar atenção das pessoas. Muito menos, é um militar que dá ordens. Portanto nunca deve dizer: "de pé", "sentados"... como dando ordens. Mas faça um convite educado: "podemos ficar sentados", "fiquemos em pé". 
Não é tarefa do comentarista ler as intenções de missas, anunciar cantos ou rezar o Salmo Responsorial. A tarefa principal dele é ajudar a comunidade a celebrar dignamente. Por isso, deve estar bem preparado, e não ser um simples leitor do folheto. Deve estar vestido com sobriedade. Cabe ao comentarista dar as boas-vindas aos presentes, mas com naturalidade e não insistindo para que o povo responda, assim: "Não ouvi! Bom Dia a todos!" Fazer o comentário inicial e convidar o povo para o inicio da celebração; fazer o comentário antes das leituras e no ofertório se houver a procissão das ofertas. Os avisos podem ser feitos pelo comentarista, mas, preferencialmente, é uma atribuição do coordenador da comunidade.

2.4 - Os MECEs
Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, como o nome diz, devem auxiliar o padre na distribuição da comunhão aos fiéis durante a celebração. Não devem ocupar o lugar dos coroinhas. Depois do Pai-nosso, já devem buscar os cibórios do sacrário e deixá-los no altar.

2.5 - Os Cantores
O canto na liturgia é sempre uma oração. É preciso cantar com o coração e não dar um show ou fazer espetáculo. Deve-se cantar o canto certo na hora certa. O canto acompanha a ação litúrgica. Por isso deve estar integrado ao momento da celebração. Assim: o canto de entrada termina quando o presidente chega no altar; o canto de ofertório só tem sentido enquanto o padre apresenta as ofertas e o canto de comunhão durante a comunhão dos fiéis. Não se deve cantar todas as estrofes dos cantos, mas apenas as necessárias para acompanhar os ritos.
Os cantos devem ser escolhidos com critérios, apropriados para cada momento da celebração. Sobretudo nas partes fixas da missa: Ato Penitencial, Glória, Santo, Cordeiro de Deus. Esses cantos devem ser cantados inteiros.
Não é porque na letra do canto tem a palavra Santo ou Glória que seja adequado para aquele momento. Por exemplo: na hora do Santo, cantar o canto "O Senhor é Santo, Ele esta aqui..."; ou na hora do Glória, o canto "Na beleza do que vemos Deus nos fala ao coração..."; ou "João viu o número dos redimidos...". Há muitos cânticos, que, embora contendo uma mensagem linda, não são litúrgicos.
É louvável cantar os refrões da Oração Eucarística e, sobretudo, o Amém da doxologia final. Mas, é preciso que os cantores estejam atentos para não deixar silêncios na oração.
O presidente da celebração deve ser avisado antes da missa sobre as partes fixas que serão cantadas: Ato Penitencial, Glória, Santo, Refrões da Oração Eucarística, Amém da doxologia, Cordeiro; tudo isso deve constar na Ficha Litúrgica.
Quanto ao "Cordeiro de Deus...", quando não for cantado, deve ser iniciado por um cantor; ou, o comentarista, ou um ministro... Não cabe ao padre iniciá-lo.
O canto não é patrimônio de alguns. Toda a assembléia deve cantar e não "assistir um grupo cantar". A função do grupo de cantos é ajudar o povo a cantar. Ninguém deve cantar no lugar do povo. É preciso também evitar cantos exclusivos de um ou outro movimento de espiritualidade. Por exemplo: cantar somente cantos da Renovação Carismática só porque eles são os responsáveis pela celebração. A Missa não é exclusividade dos movimentos eclesiais.
É preciso estar atento para uma certa "inflação de cantos", sobretudo no início da missa. Canta-se o canto de entrada, o Sinal da Cruz, o ato penitencial e o Glória.
Os ensaios de canto não devem ocupar todo o tempo até em cima da hora da missa. E nos ensaios é preciso evitar repreensões, broncas, exibicionismos...
Os instrumentos musicais devem ser afinados antes e não quando a igreja já está repleta de gente. O mesmo se faça com o ajuste dos microfones.
O som dos instrumentos musicais não deve abafar a voz da assembléia, mas apenas sustentar o canto.
Alguém do grupo deve anunciar os cantos com clareza: "Cantemos o canto número...". Ao anunciar o canto é bom esperar o povo levantar-se ou sentar-se, porque o barulho impede que se ouça o que é dito. Ao anunciar o canto de entrada nunca dizer: "Fiquemos em pé para receber o celebrante com o canto...". O canto de entrada não é para receber o padre, e sim para iniciar a celebração.

2.6 - Os leitores
Quando na Igreja se lêem as Escrituras, é Deus que fala. O leitor empresta a sua voz a Deus. Conclui-se daí que os leitores devem preparar bem a leitura, isto é, a Proclamação. O leitor deve proclamar a Palavra de Deus e não apenas ler. As palavras devem nascer do coração e não apenas dos lábios. Por isso, é preciso escolher pessoas que lêem bem. Os leitores usem trajes adequados para a celebração.
As leituras sejam feitas do Lecionário ou da Bíblia e não do folheto. O lugar adequado para as leituras é a Mesa da Palavra ou Ambão.
O leitor não se faça esperar. Coloque-se à Mesa da Palavra para iniciar a leitura sem demora, não deixando um 'vazio' na celebração. Não deve dizer: Primeira Leitura; Segunda Leitura; muito menos ler a citação bíblica. Mas iniciar diretamente a Leitura citando o Livro bíblico de onde foi tirado o texto: Leitura da Profecia de...; Leitura da Carta de São Paulo aos...
A procissão solene da Palavra não precisa ser feita em todas as missas. O Lecionário deve ser levado na procissão de entrada por um dos leitores.
Quando houver uma entrada solene da Palavra, que seja bonita e não demorada; as pessoas devem caminhar com naturalidade e não com passos de câmara-lenta. A Bíblia ou Lecionário usado na procissão deve ser usado para as leituras. Não tem sentido trazer um livro e ler a Palavra de Deus de outro. Não se leva a Bíblia no ofertório, porque a liturgia da Palavra termina com a Oração dos fiéis.

2.7 - O SalmistaO Salmo responsorial faz parte da Liturgia da Palavra e não pode ser substituído por outro canto. Cantado ou rezado, o Salmo Responsorial é a resposta à Leitura proclamada. De preferência deve ser cantado ou rezado na Mesa da Palavra.
O salmista canta ou lê o refrão e a assembléia repete. Depois de cada estrofe se repete o refrão apenas uma vez. O mesmo vale para o final do salmo. Onde não há folheto litúrgico, o refrão pode ser projetado com datashow, com retropetor, ou, simplesmente, escrito num cartaz. No final de cada estrofe, o salmista pode levantar a cabeça para que a assembléia saiba que é sua vez de repetir o refrão. Evite-se repetir após as estrofes a ordem: "todos". O salmista não se faça esperar, criando um 'vazio na celebração'. Esteja posicionado perto da Mesa da Palavra para iniciar o Salmo logo após a primeira leitura.

3 - A CELEBRAÇÃO

3.1 - As intenções da missa
Devem ser lidas antes do inicio da celebração e não durante. Se forem muitas as intenções, que sejam lidas alguns minutos antes do início da celebração. Não se deve retardar o inicio da missa porque alguém que chegou em cima da hora quer fazer sua intenção. É aconselhável orientar que os que desejarem fazer suas intenções cheguem antes, pois, normalmente, são sempre as mesmas pessoas. É bom separar as intenções: pelos falecidos, pedidos, agradecimentos... Evite-se as repetições dos sobrenomes e, sobretudo, a fórmula: "pela alma de...". É mais bonito dizer: "Nesta missa rezaremos pelo descanso eterno de nossos irmãos...."; ou, "Hoje rezamos por nossos irmãos/as falecidos...." "Pedimos ao Senhor por...."; "Agradecemos as graças recebidas...."

3.2 - Comentário inicial
O comentarista, antes de tudo, saúda as pessoas com naturalidade e simpatia. O comentário não deve ser uma simples leitura do folheto. Alguns lêem tudo: "Deus Conosco". "Vigésimo Domingo do Tempo Comum"... "Deus Conosco" é o nome do folheto e não faz parte do comentário inicial. É mais bonito dizer: "Hoje celebramos o Vigésimo Domingo do Tempo Comum".
Quando é o folheto litúrgico (O Domingo, Deus Conosco...) é distribuído para a comunidade, a equipe de celebração deve ler os comentários e preces constantes no folheto; não adianta criar outros comentários e preces porque aí o povo não acompanha nem o folheto e nem a redação inovadora.
3.3 - Procissão de entrada
A ordem da procissão de entrada é a seguinte: A Cruz Procissional, o Círio Pascal (sobretudo no tempo pascal), os leitores, MECEs, coroinhas e o celebrante. Nas missas ou cultos com batizados, os pais podem entrar com as crianças logo depois da cruz. O sentido da procissão de entrada é lembrar que somos um povo peregrino em direção da casa do Pai. Significa também o desejo sincero de buscar e encontrar Deus.
É importante avisar o presidente se haverá ou não a Procissão de Entrada. Não tem sentido o padre se paramentar na sacristia e depois atravessar toda a igreja para iniciar a procissão de entrada. Isso tira o sentido da ação litúrgica.
Na Procissão de Entrada, devemos andar com passos normais e com boa postura. Não se deve correr nem caminhar devagar demais. A equipe de celebração deve entrar duas a duas e não uma na frente da outra.
Durante a procissão de entrada, a Cruz ou o Lecionário/Bíblia deve ser levantado acima da cabeça, e não estar à altura do umbigo.
A entrada da imagem de Nossa Senhora ou do Santo Padroeiro, pode ser feita antes da procissão de entrada ou na mesma. Nesse caso, a imagem vai depois da cruz.
Chegando ao altar, não é preciso virar-se para o povo com a cruz, Bíblia e velas e esperar terminar o canto de entrada. Isso acontece, sobretudo com os coroinhas. Ao chegar ao altar cada objeto deve ser colocado imediatamente no seu lugar.
É importante que cada um saiba o lugar a ocupar no presbitério. Ao chegar em frente o altar, fazer genuflexão onde houver o Santíssimo e uma inclinação onde não houver.
A procissão começa com o canto de entrada.

3.4 - A Liturgia da Palavra
(confira o que foi dito sobre os leitores)

3.5 - Apresentação das ofertas
Esse momento da liturgia chama-se APRESENTAÇÃO DAS OFERTAS e não "ofertório". A igreja oferece a Deus o Corpo e Sangue de Jesus. Por isso, o verdadeiro ofertório acontece logo depois da consagração. Esse é o momento de apresentar os dons, sobretudo do pão e do vinho que serão transformados no Corpo e Sangue de Jesus. Por isso, é importante apresentar o pão e o vinho que serão consagrados. Os outros objetos trazidos ao altar deveriam ser doados aos pobres, ou repartidos após a celebração. Não tem sentido apresentar a Deus alguma coisa e depois da missa ir buscar e levar para casa.
Quando houver procissão das ofertas, o comentarista deve explicar o sentido daquilo que é trazido ao altar. Os objetos apresentados devem ser colocados no lugar apropriado, à parte. Nunca sobre o altar. Apenas o pão e o vinho usados na celebração devem ser colocados sobre o altar. Se os objetos forem colocados diante do altar, é preciso tomar cuidado para não esconder o altar.
As ofertas devem ser trazidas numa atitude de apresentação: à altura do peito, ou do rosto. Não é preciso ficar parado diante do altar mostrando-as à assembléia.

3.6 - Ação de Graças
Se a houver Ação de Graças (canto ou oração), deve ser feita logo depois da comunhão. A Ação de Graças deve concordar com o sentido da celebração. Ao contrário, as homenagens são feitas após a oração de conclusão da comunhão.

3.7 - Avisos
Cabe ao coordenador da comunidade dar os avisos, ou designar alguém para isso. Os avisos devem ser feitos depois da oração que conclui a comunhão.