domingo, 23 de agosto de 2015

CARTAZ DO CÍRIO 2015

Cartaz do Círio 2015
VÍDEO DA HOMENAGEM FEITA À NOSSA SENHORA DE NAZARÉ COM A MÚSICA DO CANTOR CATÓLICO TIAGO MORAIS.
Senhora de Nazaré


LINDA COMO O SOL
BRILHANTE COMO A LUA ELA VEM NA BERLINDA
ENCHE OS NOSSOS OLHOS E O NOSSO CORAÇÃO
ELA VEM NA BERLINDA.
CHEGOU O GRANDE DIA, MEU AMOR VOU EXPRESSAR
CORAÇÃO PULSANDO, FLORES PRA TE OFERTAR
COM A CORDA NA MÃO E NO PEITO UM CORAÇÃO
QUE É TEU Ó MARIA

Ó MINHA MÃE, SENHORA DE NAZARÉ.
EU TENHO FÉ (2X)
Ó MINHA MÃE SENHORA DE NAZARÉ
EU SOU TEU FILHO POR AMOR E FÉ


sábado, 22 de agosto de 2015

EXPLICAÇÃO DO CARTAZ DO CÍRIO 2015

APRESENTAÇÃO DO CARTAZ DO CÍRIO 2015

01 – Tema e Lema
“Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19)
“Maria guardava tudo em seu coração” (Lc 2,19)
          Estamos à caminho do Congresso Eucarístico Diocesano 2016.
          O tema: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19) foi retirado da passagem bíblica da última Ceia onde Jesus tomou o pão e o vinho e os consagrou através da benção e convidou à Igreja a continuar a missa que Ele iniciou. Missa que se torna missão para todos os batizados. E obedientes ao mandato do Senhor, em sua memória celebramos o sacrifício da Nova e Eterna Aliança, perpetuando assim, não por nossos méritos, mas por Ele o grande mistério de sua existência real no pão e no vinho consagrados.
          O lema deste ano “Maria guardava tudo em seu coração” (Lc 2,19), nos leva a refletir sobre nossa docilidade à voz de Deus. Nossa Senhora era a fiel ouvinte do Senhor. Suas palavras eram acolhidas com amor e contemplação. Nossa Diocese está caminhando com ânimo cada vez mais crescente na busca de vivenciar a partilha da Palavra nos Círculos Bíblicos às quartas-feiras. Somos convidados por Maria Santíssima a guardar em nossos corações o que ouvimos e pôr em prática o que meditamos em Comunidade.
02 – OS CESTOS DE AÇAÌ
          Com o intuito de aproximar mais ainda nossa cultura a exemplo do Senhor Jesus e nos falou e fala no concreto da vida. Queremos neste cartaz expor algo está muito próximo de nossa região Amazônica, o alimento tradicional muito querido por todos nós amapaenses e que nossos irmãos ribeirinhos tem a responsabilidade de colher e partilhar.
          Ao fundo do nosso cartaz, verificamos uma grande quantidade de cestos cheios desse fruto de saudável sabor, rico em ferro, fibras e vitaminas.
04 -  A PALHA
          A palha que vemos ao fundo entrelaçada relembra a cada um de nós a forma artesanal da confecção dos paneiros onde são depositados o açaí. Faz-nos lembrar do trabalho que nossos ribeiros têm para transportar o fruto até ao local de venda.
          Dando sequência às palhas entrelaçadas, vemos palhas que nos dão um brilho de luz que ilumina toda a parte superior do cartaz. Faz-nos ver ao mesmo tempo as folhas secas do açaizal e um facho de luz que realça a imagem, significando a presença da Rainha da Amazônia, trazendo em seus braços Aquele que a inspirou no sim de cada dia.
05 - CORDA DO CÍRIO
          Feita de sisal retorcido a corda no cartaz faz-nos lembrar da grande devoção que nosso povo amapaense expressa como sacrifício de fé. Ela é o elo de ligação entre os fiéis, em uma demonstração de devoção quase inacreditável, não importam as dores mas sim a alegria de viver uma experiência que exigem  do fiel um profundo amor.











Senhora de Nazaré




LINDA COMO O SOL
BRILHANTE COMO A LUA ELA VEM NA BERLINDA
ENCHE OS NOSSOS OLHOS E O NOSSO CORAÇÃO
ELA VEM NA BERLINDA.
CHEGOU O GRANDE DIA, MEU AMOR VOU EXPRESSAR
CORAÇÃO PULSANDO, FLORES PRA TE OFERTAR
COM A CORDA NA MÃO E NO PEITO UM CORAÇÃO
QUE É TEU Ó MARIA

Ó MINHA MÃE, SENHORA DE NAZARÉ.
EU TENHO FÉ (2X)
Ó MINHA MÃE SENHORA DE NAZARÉ
EU SOU TEU FILHO POR AMOR E FÉ



APRESENTAÇÃO DO CARTAZ DO CÍRIO 2015

01 – Tema e Lema
“Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19)
“Maria guardava tudo em seu coração” (Lc 2,19)
Estamos a caminho do Congresso Eucarístico Diocesano 2016.
O tema: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19) foi retirado da passagem bíblica da última Ceia, onde Jesus tomou o pão e o vinho e os consagrou através da benção e convidou a Igreja a continuar a missa que Ele iniciou. Missa que se torna missão para todos os batizados. Obedientes ao mandato do Senhor, em sua memória celebramos o sacrifício da Nova e Eterna Aliança, perpetuando assim, não por nossos méritos, mas por Ele o grande mistério de sua existência real no pão e no vinho consagrados.
O lema deste ano “Maria guardava tudo em seu coração” (Lc 2,19), nos leva a refletir sobre nossa docilidade à voz de Deus. Nossa Senhora era a fiel ouvinte do Senhor e acolheu Suas palavras com amor e contemplação. Nossa Diocese está caminhando com ânimo cada vez mais crescente na busca de vivenciar a partilha da Palavra nos Círculos Bíblicos às quartas-feiras. Somos convidados por Maria Santíssima a guardar em nossos corações o que ouvimos e pôr em prática o que meditamos em Comunidade.
02 – OS CESTOS DE AÇAÌ
Com o intuito de aproximar mais ainda nossa cultura, a exemplo do Senhor Jesus que nos falou e fala no concreto da vida, trouxemos a imagem dos cestos de açai. Queremos neste cartaz expor algo que está muito próximo de nossa região Amazônica, o alimento tradicional muito querido por todos nós amapaenses e que nossos irmãos ribeirinhos tem a responsabilidade de colher e partilhar.
Ao fundo do nosso cartaz, verificamos uma grande quantidade de cestos cheios desse fruto de saudável sabor, rico em ferro, fibras e vitaminas.
04 -  A PALHA
A palha que vemos ao fundo entrelaçada relembra a cada um de nós a forma artesanal da confecção dos paneiros onde são depositados o açaí. Faz-nos lembrar do trabalho que nossos ribeirinhos têm para transportar o fruto até o local de venda.
Dando sequência às palhas entrelaçadas, vemos palhas que nos dão um brilho de luz que ilumina toda a parte superior do cartaz. Faz-nos ver ao mesmo tempo as folhas secas do açaizal e um facho de luz que realça a imagem, significando a presença da Rainha da Amazônia, trazendo em seus braços Aquele que a inspirou no sim de cada dia.
05 - CORDA DO CÍRIO
Feita de sisal retorcido a corda no cartaz faz-nos lembrar da grande devoção que nosso povo amapaense expressa como sacrifício de fé. Ela é o elo de ligação entre os fiéis, em uma demonstração de devoção quase inacreditável, não importam as dores mas sim a alegria de viver uma experiência que exigem  do fiel um profundo amor.
06 – LOGO MARCA

Logo abaixo de nossa corda vemos algumas logomarcas e dentre estas a do Congresso Eucarístico Diocesano 2016 que será apresentado para nós por José Felipe.

sábado, 1 de agosto de 2015

Católicos e pentecostais: passos em frente no diálogo franco e frutífero

Diálogo Internacional Católico-Pentecostal

 
Termina em Roma uma nova sessão do diálogo católico-pentecostal sobre os carismas, após cinco anos de trabalho conjunto
 “Os carismas na Igreja: significado espiritual, discernimento e implicações pastorais” é o título da V Sessão da sexta fase do Diálogo Internacional Católico-Pentecostal, encerrado na última sexta-feira, em Roma. Os trabalhos desta sessão tinham começado em 10 de julho.
Segundo o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, participaram católicos nomeados pelo dicastério vaticano e algumas Igrejas e líderes pentecostais. O vice-presidente católico do diálogo é o bispo dom Michael F. Burbidge, de Raleigh, EUA, e o pentecostal é o reverendo Cecil M. Robeck, da Assembleia de Deus e também dos EUA.
A sessão deste ano tratou da redação do relatório conclusivo, fruto de cinco anos de diálogo. A publicação está prevista para 2016. Os temas debatidos foram “Carismas - nosso terreno comum”, “Discernimento”, “Cura” e “Profecia”.
O objetivo deste diálogo, iniciado em 1972, é promover o respeito e a compreensão recíproca nas questões de fé e de prática. As conversações aconteceram com um debate franco sobre as posições e práticas das duas tradições, intercaladas pela oração cotidiana, conduzida alternadamente por católicos e pentecostais.
Durante os trabalhos em Roma, o cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho, se reuniu com o grupo para participar do diálogo, observar os pontos de vista e responder a perguntas. Os participantes também tiveram um encontro informal com o bispo secretário do dicastério, dom Brian Farrell, que confirmou em entrevista à Rádio Vaticano que “foi um diálogo muito interessante, franco e frutífero”.
Os progressos no diálogo católico-pentecostal são mérito também do papa Francisco, que “traz a novidade do seu modo de viver o cristianismo como experiência e não só como doutrina”. Os pentecostais “entendem isto muito bem e sentem uma particular proximidade”.
O bispo dom Burbidge declarou que “foi um privilégio ser vice-presidente nesta fase do diálogo internacional católico-pentecostal e uma verdadeira honra trabalhar com colegas tão comprometidos em ambos os grupos para focar nos carismas e no seu significado espiritual”.
“Com os comentários eruditos que foram feitos, além do debate sincero e respeitoso durante todo o diálogo e dos tempos de oração em comum, alcançamos uma compreensão mais profunda dos âmbitos de entendimento sobre os carismas, a cura, as profecias e o discernimento, como também dos pontos de divergência. Identificamos juntos os desafios e oportunidades pastorais e continuamos convidando os outros a se confiarem aos dons do Espírito, que sempre trabalha em nós”.
O reverendo Robeck observou que “a atual fase de diálogo revelou que o ensinamento dos pentecostais e dos católicos sobre os carismas, os dons do Espírito Santo, coincidem em muitos pontos. Ambas as tradições reconhecem que cada crente recebeu um ou mais dons do Espírito Santo, que devem ser utilizados para construir a Igreja e servir à sociedade. Tais dons estiveram presentes na Igreja desde os tempos do Novo Testamento”.
Considerando os problemas da sociedade na cultura atual, Robeck comentou: “Reconhecemos que temos de encarar desafios comuns, em que a nossa gente tem de se confiar à ajuda do Espírito Santo para exercer os carismas de forma ponderada e criativa ao difundir a mensagem de amor e de perdão que Jesus Cristo trouxe ao mundo”.
 
Por: Zenit

Intimidade do Artista com o Espírito Santo

Por que precisamos tanto dessa doce companhia?

 
O Espírito Santo é Deus, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, uma Pessoa Divina. É necessário que aprendamos com o “coração” que o Espírito Santo é realmente uma Pessoa e, sendo assim, podemos conhecê-Lo mais intimamente, numa amizade diária e profunda.
Como Amigo Divino, o Espírito Santo ama, compreende, perdoa, encoraja, traz a verdade, ilumina, instruí-nos, questiona, consola, santifica-nos, dá vida nova. Podemos conversar com Ele e ouvi-Lo claramente no íntimo de nosso ser e, à medida em que vamos conhecendo-O, podemos até sentir um grande e afetuoso amor por Ele.
São Paulo diz: “Não sabeis que sois templo de Deus, e que o Espírito Santo habita em vós?” (I Cor 3, 16). Sim! O Espírito Santo habita em nós, em mim, em você desde o nosso Batismo! Isso é maravilhoso mas também de grande responsabilidade para nós!
E para que é tão necessária a intimidade profunda com o Espírito Santo? Por que, você, artista católico e eu, precisamos tanto desta doce Companhia?
“O Espírito Santo sendo Deus, conhece nosso coração, sabe do que precisamos, antes de lhe pedirmos, mas espera nosso pedido porque a dignidade de seus filhos está, precisamente, em sua liberdade. É preciso rezar com o Espírito Santo de liberdade para poder conhecer, na verdade, o seu desejo.” (Cat. §2736)
Somente através da amizade íntima diária com o Espírito Santo podemos conhecer a Vontade de Deus; a Verdade que nos liberta. Podemos pedir seu auxílio e sermos impulsionados por Ele em nossa arte para que esta seja ainda melhor e toque profundamente os irmãos. É preciso que nos encontremos com nosso Amigo sem máscaras, onde derramamos nosso coração e deixamos ser conduzidos por Ele em nossas atitudes e, já que é Deus, podemos também, louvá-Lo e adorá-Lo.
Na Carta de São Paulo aos Gálatas, diz: “Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito.” (Gl 5, 25). Ora, para isso, precisamos ser instruídos pelo próprio Espírito Santo diariamente!
Caríssimos, artistas católicos, que desejam uma nova experiência com a arte que Deus lhes deu, que desejam salvar as almas através do dom artístico, que querem uma vida de oração renovada, peçam a doce Presença do Espírito Santo e serão surpreendidos por Ele!
 
Por: Viviane Sylos Cassimiro - Bacharel em Administração de Empresas e Membro da Comunidade Recado

Papa recebe família de jovem padre falecido e emociona

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Francisco recebeu quinta-feira, 27, após a missa celebrada na Casa Santa Marta, a Sra. Carmela Imbò, mãe do Pe. Fabrizio de Michino, jovem sacerdote de Nápoles falecido há dois meses. Em outubro passado, muito doente, Pe. Fabrizio havia encontrado o Papa e concelebrado com ele a missa, sempre na Santa Marta.
Naquela ocasião, o jovem entregou ao Papa uma carta contando sobre a sua enfermidade e oferecendo seus sofrimentos ‘pelo bem da Igreja’. Desde 2010, o padre combatia contra um raro tipo de tumor no coração com metástases no fígado e hiato.
“Nestes anos nada fáceis – escrevia Pe. Fabrizio – nunca perdi a alegria de ser um anunciador do Evangelho. Embora o cansaço, constato que esta força não vem de mim, mas de Deus”.
A carta do jovem padre comoveu o Pontífice, que ao saber de sua morte, convidou os familiares para a missa em sua casa, a fim de “conhecer a mulher que doou um filho à Igreja”. Com a Sra. Carmela, vieram a Roma também o irmão de Pe. Fabrizio, Fabio, e um amigo, Pe. Aniello de Luca.
“Mostramos ao Pontífice a foto de quando Pe. Fabrizio esteve na Casa Santa Marta e recebeu a sua benção”, disse Fabio. A mãe, emocionada, chorava e não conseguia falar. “O Papa a abraçou e abençoou; foi um encontro breve, mas significativo e cheio de amor. Nunca nos esqueceremos”, completou o irmão.

O padre é o Ministro de Deus

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padre antonio“A identidade do padre com Jesus Cristo é o alicerce de frutuosa atividade sacerdotal” (1).
O Padre é um homem escolhido pelo Senhor bom Deus dentre os homens, para representá-los em suas relações para com Deus.
O Padre é um ministro de Cristo, representando-o junto do povo e representando o mesmo povo diante de Deus.
Escreve São Paulo Apóstolo: “Portanto, considerem-nos os homens como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. Ora, o que se requer dos administradores, é que cada um seja fiel” (1 Cor4,1.2).
Ao se colocar a serviço do povo de Deus, é o próprio Cristo que está presente no Padre, pois ele age “in persona Christi”, isto é na Pessoa de Jesus Cristo.
O Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Dom Cláudio Hummes,OFM, fala sobre o Padre:
“O Padre existe para o povo de Deus, o Padre existe para a comunidade local que lhe é confiada. Em sua grandíssima maioria, os Padres são fiéis, são dignos, são homens que dão toda a suavida pela Igreja, pelo povo, enfim, por Jesus Cristo e, portanto, nós os admiramos, nós os amamos, nós os veneramos e a Igreja se ufana deles. O ministério da Eucaristia, da Palavra, da santificação, do pastor que dirige a sua comunidade são os grandes ministérios do padre, que vêm desde Jesus Cristo” (2).
PADRES E TALENTOS
Há uma maravilhosa produção diversificada de sacerdotes, que inclui desde os milhares de padres-mártires em regimes totalitários (sem falarmos torturados na china em pleno século XXI); padres-cantores; padres-místicos; padres-tenores da música clássica; padres-fundadores; padresescritores e teólogos; padres-comunicadores; padres-cientistas; e muitos outros que estão realizando grandes trabalhos em prol do povo que só Deus sabe e compreende.
“A vocação sacerdotal é um dom de Deus, que constitui certamente um grande bem para aquele que é seu primeiro destinatário. Más é também um dom para a Igreja inteira, um bem para a sua vida e missão. A Igreja, portanto, é chamada a proteger esse dom, á estimá-lo e amá-lo… É grande a urgência, sobretudo hoje, que se difunda e se radique a convicção deque todos os membros da Igreja, sem exceção, têm a graça e a responsabilidade do cuidado pelas vocações. (…) No âmbito das comunidades diocesanas e paroquiais, são de estimar e promover aqueles grupos vocacionais cujos membros oferecem seu contributo de oração e de sacrifício pelas vocações sacerdotais e religiosas…”. (João Paulo II,Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores dabo vobis, 41).
Um dos maiores teólogos do século XX pensou profundamente sobre oministério do sacerdote. Em sua obra “Estados de vida do cristão” (Christlicher Stand, 1977), o Pe. Hans Urs Von Balthasar sublinha que osacerdócio do Novo testamento se enraíza na cruz e ressurreição de Jesus Cristo. Não se trata apenas de um sacerdócio ministerial em que a função não coincide com a pessoa e, por conseguinte, tampouco a ação coincide com a paixão (i.e., padecer); com o sacramento da Ordem, ser e sofrer se conjugam na vida do padre, à semelhança do filho de Deus feito homem. Outra consequência disto é que o ministério eclesiástico vai muito mais além de uma simples representação abstrata da autoridade divina, pois quer comunicar toda a plenitude da presença concreta do Senhor na Igreja e a administração sacramental da sua graça (Ed.Encuentro, 1994, PP. 187.189.191.194).
Santo Tomás de Aquino afirma com muita propriedade o ministério do sacerdote. Ele afirma que o padre deve pregar e ensinar com autoridade, porque ele é o instrumento de Deus, o ministro de Deus. Portanto, ele tem a autoridade, está revestido da autoridade de Deus pra este ofício.
Uma das mais belas e abissais Promessas do Sagrado Coração de Jesus manifestadas à Santa Margarida Maria Alacoque é esta; “Darei aos sacerdotes o dom de tocar os corações mais endurecidos”.
CONCLUSÃO
No decreto Presbyterorum Ordinis sobre a vida e a missão dos presbíteros, o Vaticano II diz; “Os presbíteros, elevados ao presbiterato pela ordenação, estão unidos entre si numa intima fraternidade sacramental. Especialmente na diocese (…), formam um só presbitério. Todos têm uma só finalidade, isto é, edificação do corpo de Cristo que especialmente em nossos dias, requer múltiplas atividades e novas adaptações” (PO 8).
O padre é o ministro de Deus que está à frente guiando o seu povo, pregando o Evangelho, pastoreando com amor e rebanho, sendo exemplo para os fiéis e realizando os Santíssimos Sacramentos.
Vamos rezar sem cessar pelos padres escolhidos pela Santíssima Trindade.
Padre Inácio José do Vale, OSBM
Formação: Julho/2009

A Santidade Segundo a Vocação de Cada Um

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“Por desígnio eterno e amoroso do Pai, Cristo veio ao mundo para consagrar-nos, introduzindo-nos no âmbito mais íntimo do Sagrado, que é Ele mesmo, comunicando-nos Sua própria filiação divina(Cristo nos faz Ele , e somos feitos por Graça aquilo que Ele é por natureza: filhos de Deus). Desde sempre, Deus nos pensou e nos elegeu na Pessoa de Cristo, por pura iniciativa Sua, para que fôssemos verdadeiramente filhos seus, santos e consagrados em Sua presença pelo amor”(Dic. Teológico da vida consagrada, Paulus, 1989, p.248).
Deus, por meio do Batismo, nos faz , em Cristo, filhos Seus e irmãos de todos os homens. Ele nos “configura” a Cristo, ou seja, começa em nós um processo para nos levar a viver a vida de Cristo, tanto em sua condição filial como fraterna. Entrando em nova relação interpessoal com Deus, vive agora a vida das três pessoas divinas. É Filho de Deus, no Filho e pela ação do Espírito. E o que faz um filho de Deus, que recebe do Pai tudo o que o Pai é? Deve dar-se inteiramente ao Pai. E se está NO FILHO, e pela ação do Espírito, o faz como o Filho fez. “Pelo Batismo, Jesus comparte sua vida com cada cristão; cada um é santificado no Filho; cada um é chamado à santidade; cada um é chamado a compartir a missão de Cristo, com capacidade de crescer no amor e no serviço do Senhor. Este dom batismal é a consagração fundamental cristã, e vem a ser a raiz de todas as outras”(EE 6).
“Nos diversos gêneros de vida e nas diversas profissões, há uma só santidade, cultivada pelos que são movidos pelo Espírito de Deus e, obedientes à voz do Pai e adorando em Espírito e em verdade a Deus Pai, seguem a Cristo pobre, humilde e sobrecarregado com a Cruz, para merecer, e ser participantes de sua glória. Cada um, segundo seus próprios dons e graças, deve progredir sem demora pelo caminho da fé viva, que acende a esperança e age por meio da caridade”(LG,n.41).
Cada batizado é chamado a seguir Jesus, a deixar que o Espírito Santo construa em seu ser uma unidade cada vez maior com a Pessoa de Jesus cristo. É deixar que seja aumentado cada vez mais em seu coração o desejo de ser semelhante a Jesus em tudo. E não só desejar, mas aceitar que na sua própria vida os acontecimentos, as pessoas, os apelos interiores da Graça o levem a uma atitude concreta, a um “sim” concreto a Deus. Assim, a vida de Jesus pode transparecer na vida de cada cristão, assim a Graça pode realizar totalmente o seu trabalho de santificação na vida de cada homem e mulher, chamados por Deus a seguir Jesus.
“Ao vir a este mundo, Cristo se despojou de si mesmo, tomando a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como homem, e se esvaziou de si mesmo obedecendo até a morte, e morte de Cruz (Fl 2,7-8). Não se apresentou com a glória que lhe correspondia como a filho natural de Deus. Tomou uma carne como a nossa, chegando seu aniquilamento até à morte de Cruz. Parte essencial desse aniquilamento, pelo qual sacrifica e consagra sua natureza humana, é a obediência, e o é igualmente a pobreza e a virgindade. Cristo na Encarnação, e desde a Encarnação, renuncia ao brilho, ao poder, à glória e à majestade, não faz valer seus direitos e se apresenta em estado de fraqueza. Deste modo, desanda o caminho percorrido pôr Adão, o qual fez alarde de uma categoria que lhe correspondia, e fez valer direitos que não possuía. Como toda a vida de Jesus foi um estado de virgindade, de pobreza, e de obediência, na realidade toda a sua vida foi aniquilamento contínuo, e esvaziamento de si mesmo – Kénosis – vale dizer, sacrifício perene e processo ininterrupto de consagração. Deste modo, sua natureza humana foi superando sua condição carnal, vencendo sua índole terrena e alcançando a transparência da divindade. Sem deixar de ser carne, em virtude da morte e da Ressurreição, Cristo se torna Espírito vivificante (I Cor 15,49), e sua carne é pneumática ou espiritual, isto é, totalmente invadida pelo Espírito, e por isso mesmo, fonte de vida espiritual para os homens.
Todo cristão é chamado a viver, em seu próprio estado de vida, os conselhos evangélicos. Todos somos chamados à pobreza evangélica, convidados a nos despojar voluntariamente em favor dos necessitados. E este despojamento não deve ser apenas material, mas um despojamento pessoal, um despojamento de nossa própria vida. Somos chamados a dar também nosso tempo, nossos talentos, nosso trabalho, nossos gestos, nossa pessoa em favor de Deus e do próximo. Todos somos chamados a uma vida casta, a ter Deus como primeiro objeto dos nossos afetos, para que o amor ao próximo possa ser iluminado pelo amor a Deus, nosso fim último, para que possamos amar mais e melhor os nossos irmãos e nos doar a eles. Somos também chamados a obedecer a deus, à Sua vontade, à Sua Palavra, à Palavra da Igreja, e às autoridades às quais nos confiou Deus.
Nossa Senhora, consagrada já desde o início de sua existência pela conceição imaculada, que supõe não só a ausência total de pecado, mas a plenitude inicial da Graça, é consagrada de novo pela Graça da Maternidade Divina, na encarnação, sendo toda ela introduzida vitalmente no âmbito da Trindade. Maria foi invadida pelo Espírito, associada à paternidade do Pai e unida de modo excepcional ao Filho, a quem gera, por ação geradora própria, segundo a natureza humana. e nesse momento mesmo, inicia também ela, todo um processo de aniquilamento – de consagração – que dura toda a sua vida e que culmina na Assunção gloriosa aos Céus. Maria Virgem, como Jesus Cristo, apresenta-se como mulher qualquer; proclama-se a si mesma serva, quando é verdadeiramente, e quando outros a chamam Senhora e Rainha; não faz valer seus direitos. Deste modo, com Seu Filho, desanda o caminho percorrido por Eva e desfaz o nós da desobediência e da incredulidade que Eva atara. Maria, vivendo na virgindade – pobreza – obediência, viveu em sacrifício de si mesma e em auto doação a deus e aos homens. Por isso, justamente, é chamada ‘modelo e amparo de toda vida consagrada.
(…) Cristo, desde o primeiro instante de sua vida temporal vive a si mesmo totalmente um sacrifício, em oblação, em auto doação ao Pai. Seu sacrifício é constituído, antes de tudo, por esta auto doação pessoal. É isto que caracteriza e confere valor único a um sacrifício.(…)O batismo é ato que gera um processo. Por ele morremos ao pecado e começamos a morrer às raízes de pecado que ficam e nós, até que a morte de Cristo tenha ‘mortificado” todo o pecaminoso e tenha consagrado todo o profano. E por isso começamos a viver verdadeiramente a vida nova e eterna, até que esta chegue à sua plenitude no Céu. A consagração batismal supõe presença ativa e permanente de Deus em nós, uma espécie de presença sacerdotal que nos transforma em oferenda e em sacrifício, e que nos faz posse plena de Deus (…) O processo de configuração com Cristo se concluirá em nossa ressurreição gloriosa, quando inclusive se manifestar a glória de nossa filiação divina.
(…) O cristão pode ser definido como uma representação sacramental (visível, verdadeira e real) de Cristo em sua condição filial e fraterna. Ou dito de forma mais explícita: o cristão é pessoa humana – homem ou mulher – chamado por vocação divina especial, consagrada por Deus mediante o Sacramento do Batismo – e da Confirmação – – ou seja, configurada realmente com Cristo em sua filiação divina e mariana e em sua fraternidade universal, para torná-lo de novo visivelmente presente no mundo nesta dupla dimensão de sua existência”. (Dic. Teol. de vida consagrada, Paulus 1989, p.247″e p. 249).
VIDA CONSAGRADA
O conceito teológico de que a santidade dos cristãos é una, embora ao mesmo tempo diversificada e diferenciada, encontra-se também no n. 42 da Lumen Gentium, sobre o caminho e os meios de santidade:
” …a Mãe Igreja rejubila por encontrar em seu seio muitos homens e mulheres que seguem mais de perto a aniquilação do Salvador e a manifestam mais claramente, abraçando a pobreza, com a liberdade dos filhos de Deus, e renunciando à sua vontade própria: por amor de Deus, submetem-se ao homem em matéria de perfeição, indo mais além do que está preceituado – querem conformar-se mais plenamente com Cristo obediente “.
“Assim, pois, santo é aquele que no âmbito de suas limitadas, porém irrepetíveis características, qualidades e circunstâncias pessoais e dentro de sua vocação e da Graça que Deus lhe deu “segundo a medida da doação de Cristo” (Ef 4,7), se abre e corresponde à Graça que lhe foi concedida e, conformando-se com Cristo, vive nele a forma de vida que lhe foi dada” (Dic. de Espiritualidade, Paulus, 1993, p.1035).

Papa: carismas são um dom na Igreja, e não motivo de inveja ou divisão

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audiencia11Os carismas na Igreja foram o tema da Audiência Geral desta quarta-feira. O Papa Francisco chegou cedo à Praça S. Pedro, percorrendo-a em seu papamóvel para saudar os cerca de 40 mil fiéis.
Prosseguindo sua série de catequeses sobre a Igreja, o Pontífice falou dos dons que o Espírito Santo lhe oferece para a sua caminhada na história. Na linguagem comum, quando se fala de “carisma”, se entende um talento, uma habilidade natural. Mas na perspectiva cristã, assume outra conotação que vai além de uma qualidade pessoal.
O carisma é uma graça, um dom dispensado por Deus Pai, através da ação do Espirito Santo, para que seja colocado a serviço de todos. De fato, é no seio da comunidade que alguém pode reconhecer os carismas que tem. E Francisco brincou com a multidão, dizendo que uma pessoa não pode achar que tem o dom de cantar. São os outros que têm que reconhecer este carisma.
Mas é importante se questionar: “Há qualquer carisma que o Senhor fez nascer em mim e que os meus irmãos, na comunidade cristã, reconheceram e encorajaram? E como me comporto em relação a este dom: com generosidade ou como motivo de orgulho?”
Todavia, acrescentou o Papa, a mais bela experiência é descobrir a diversidade e a multiplicidade de carismas na Igreja, pois todos são um dom do Pai à comunidade para que esta cresça harmoniosamente como um só corpo: o corpo de Cristo. “Ai de nós se fizermos de tais dons motivo de inveja ou de divisão!”, advertiu.
Como nos recorda São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios, todos os carismas são importantes aos olhos de Deus e ninguém é insubstituível; isto quer dizer que, na comunidade cristã, precisamos uns dos outros e cada dom recebido só se realiza plenamente quando é partilhado com os irmãos para o bem de todos. “Quando a Igreja se expressa em comunhão, não pode errar”, disse o Papa.
Por fim, o Pontífice recordou que hoje celebramos Santa Teresinha do Menino Jesus, que morreu aos 24 anos. “Ela queria ter todos os carismas”, disse o Papa. Porém, foi na oração que Santa Teresinha descobriu que seu carisma é o amor, dizendo a frase: “No coração da Igreja, serei amor”.
E este carisma, reforçou Francisco, todos temos: “Peçamos então a Santa Teresinha esta capacidade de amar a Igreja e aceitar todos os carismas, com o amor de seus filhos.”
Antes da Audiência, o Papa recebeu na Sala Paulo VI os membros do Instituto Secular Pequenas Apóstolos da Caridade, por seus 60 anos de fundação. O Instituto assiste crianças e jovens com dificuldades, que também estavam presente na Sala Paulo VI. Que o carisma desse Instituto, disse o Papa, “seja um exemplo para as famílias e para os que têm responsabilidades públicas”.

Vocação: Chamado de Deus

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Shalom Maná: Você poderia falar sobre o que é vocação?
Marcelo Freitas: Sabemos que a palavra vocação vem do verbo latino “vocare”, que significa “chamar”, ou seja, toda vocação compreende um chamado. Assim, toda vocação comporta aquele que chama (Deus) e aquele que é chamado (o homem). O tema vocação é profundo e muito abrangente, uma vez que Deus está sempre a nos chamar. Ao sermos gerados, Deus nos concede nossa primeira vocação, que é o chamado à vida. Em seu desígnio de amor, chama-nos também à filiação divina, à santidade e a uma vocação específica, através da qual amaremos e serviremos mais e melhor a Ele, à Igreja e aos homens. Na verdade, até no momento da nossa morte Deus está nos chamando, e que grande chamado o dessa hora: habitar eternamente na casa do Senhor.
Como acontece um despertar vocacional?
Deus é o autor de toda verdadeira vocação e por isso Ele é o primeiro interessado nela. Em sua divina providência, serve-se constantemente de mediadores para que despertemos para o seu chamado, que é sempre um chamado de amor e para o amor. Essas mediações podem acontecer através de pessoas, objetos, situações, que de alguma forma fazem o jovem perceber que um plano amoroso e sobrenatural o envolve e que uma voz, ao mesmo tempo terna e forte, o chama. Aquela mediação exterior encontra uma ressonância interior e dessa forma se dá o despertar vocacional. Existem pessoas que se descobrem vocacionadas ao partilhar com um irmão consagrado a Deus, outras ao participar de uma cerimônia de ordenação sacerdotal, outras ainda através de um folder vocacional, de uma palestra, sei lá, de tantas maneiras, pois Deus se serve de tudo para nos atrair ao seu projeto para nossas vidas.
Como uma pessoa sabe que determinada vocação é a sua?
Um homem casado sabe que não foi preciso conhecer todas as mulheres do mundo para escolher a sua, pois em um determinado momento de sua história ele encontrou aquela que para ele era diferente, que o completava de uma forma única. O mesmo podemos falar de vocação. Ninguém precisa sair “caçando” a sua vocação. Se estivermos abertos e possuirmos um coração sincero, Deus vai nos fazer encontrar a nossa vocação, o seu chamado para a nossa vida, e quando isso acontece passa a existir uma identidade com aquele carisma, com aquele estado de vida, com aquela vocação. Descobrimos que fomos criados para aquilo e que ali está nossa realização, nossa felicidade.
O que uma pessoa que está buscando sua vocação deve fazer?
Como já disse, é preciso ter primeiramente abertura e sinceridade para conhecer e fazer a vontade de Deus, pois não basta querer saber a vontade de Deus se não temos disposição para cumpri-la. Depois, é fundamental uma autêntica vida de oração, uma vez que é Deus o autor do chamado e é sobretudo na oração que se escuta a sua voz. É de grande importância também estarmos abertos às manifestações da providência de Deus que nos fala de diversas maneiras, porém, sem vida espiritual, sem contemplação, não saberemos o que realmente é sinal de Deus e podemos chamar os nossos próprios desejos de voz de Deus. Deve-se ainda buscar o auxílio de uma pessoa mais amadurecida, mais caminhada, pois ninguém é bom juiz em causa própria, como diz Santa Teresa de Jesus.
Quais são as verdadeiras motivações para uma pessoa abraçar determinada vocação?
É claro que quando um jovem se sente atraído a uma determinada vocação ele traz uma série de motivações: a vida em comum, o serviço ao outro, a missão, tantas coisas. Mas Deus é a única motivação suficiente para que alguém abrace uma vocação. Era esse o critério de admissão na vida monástica. Quando alguém batia à porta do mosteiro, o abade perguntava: o que desejas? A única resposta coerente era: desejo Deus, quero Deus. Se a resposta fosse outra, por mais bela que fosse, ele não era recebido entre os monges. Para melhor amar e servir a Deus deve ser a motivação de alguém que contrai matrimônio, que se consagra na vida religiosa ou que se ordena sacerdote. Devemos sempre nos perguntar: como e onde posso melhor amar e servir ao meu Senhor? Na resposta a essa pergunta está a nossa vocação.
É verdade que faltam vocações para o sacerdócio e para a vida consagrada?
Particularmente acho que não. Dizer isso é afirmar que o homem de hoje não tem mais anseio de grandes ideais e que Deus não mais convida as pessoas a seguirem seu Filho. Graças a Deus existem muitas comunidades, congregações e seminários repletos de jovens que desejam consumir sua existência no serviço do Reino. João Paulo II diz que as vocações brotam como uma resposta de Deus a uma comunidade orante. Penso que quando “faltam” as vocações é porque faltam comunidades suplicantes, ajoelhadas. Faltam institutos fiéis ao carisma do fundador, faltam consagrados que testemunhem com alegria o dom da sua pertença ao Senhor. Quando temos autenticidade, contemplação, radicalidade evangélica, amor a Deus, à Igreja e à humanidade, temos abundância de vocações, os jovens se sentem atraídos e motivados a seguir Jesus pelo caminho da pobreza, obediência e castidade.
O que é a Assessoria Vocacional e qual sua finalidade?
A Assessoria Vocacional é um setor do governo geral da Comunidade Católica Shalom que tem como missão despertar, animar, acompanhar e discernir as vocações para a Comunidade. Trabalhamos através de grupos vocacionais que se reúnem mensalmente e de acompanhamentos pessoais periódicos.
Como uma pessoa sabe que o seu chamado é para a Vocação Shalom?
Como eu já respondi em uma das perguntas, ninguém precisa sair “caçando” sua vocação, pois quando você encontra a sua o seu coração bate diferente, você se identifica, descobre o seu lugar. Quando alguém é chamado por Deus para a vocação Shalom ele se identifica com a nossa forma de ser, de viver, de servir. Identifica-se com o chamado que temos para a contemplação, unidade e evangelização. Identifica-se com a nossa forma de viver a pobreza, a obediência e a castidade. Encontra-se na nossa missão de discípulos e ministros da Paz, com a vida missionária, com nosso grande amor pela Igreja e assim por diante.
Qual é o processo para uma pessoa ingressar na Comunidade Católica Shalom?
Se esta pessoa reside em uma cidade onde temos casa ela deve engajar-se em um dos nossos grupos vocacionais, caso contrário, deve escrever para a Assessoria Vocacional e solicitar um acompanhamento por carta. Depois de um bom tempo de caminhada no grupo ou no acompanhamento por carta o candidato faz um período de experiência e por fim um retiro vocacional. Após o retiro, se ela realmente se sente chamada à Vocação Shalom, então solicita ingresso no postulantado. Em seguida, com a anuência das autoridades da Comunidade, faz dois anos de noviciado e depois pode realizar sua primeira consagração com votos temporários.
O que você diria para alguém que está discernindo sua vocação?
Eu sempre digo que se fosse necessário passaria por tudo novamente, faria as mesmas opções, para estar onde hoje estou: no interior da Comunidade. Encontrar seu lugar, a razão da sua existência é a melhor coisa da vida. Se você está caminhando em um processo de discernimento vocacional tenha coragem, saiba enfrentar as barreiras e os obstáculos, lute por esta pedra preciosa que é a sua vocação. Saiba que Deus não tem uma armadilha para você e que o chamado dele é sempre para a felicidade, pois para isso é que fomos criados. Repito: coragem. Estarei rezando por você. Shalom!

O significado do celibato sacerdotal

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SIGNIFICADO CRISTOLÓGICO DO CELIBATO
Novidade de Cristo
19. O sacerdócio cristão, que é novo, só pode ser compreendido à luz da novidade de Cristo, Pontífice máximo e Sacerdote eterno, que instituiu o sacerdócio ministerial como participação do seu sacerdócio único.(6) Portanto o ministro de Cristo e administrador dos mistérios de Deus (l 1Cor 4,1), encontra também nele o modelo direto e o ideal supremo (cf. 1Cor 11,1). O Senhor Jesus Cristo, Unigênito de Deus, enviado ao mundo pelo Pai, fez-se homem para que a humanidade sujeita ao pecado e à morte, fosse regenerada e, por meio dum nascimento novo (Jo 3,5; Tt 3,5), entrasse no reino dos céus. Consagrando-se inteiramente à vontade do Pai (Jo 4,34; 17,4), Jesus realizou, por meio do seu mistério pascal, esta nova criação (2Cor 5,17; Gl 6,15), introduzindo no tempo e no mundo uma forma de vida, sublime e divina, que transforma a condição terrena da humanidade (cf. Gl 3,28).
Matrimônio e celibato na novidade de Cristo
20. O matrimônio que, por vontade de Deus, continua a obra da primeira criação (cf. Gn 2,18), ao ser integrado no desígnio total da salvação, adquire novo significado e valor. Na verdade, Jesus, restituiu-lhe a dignidade primitiva (Mt 19,3-8), honrou-o (cf. Jo 2,1-11) e elevou-o à dignidade de sacramento e de sinal misterioso da sua união com a Igreja (Ef 5,32). Assim, os cônjuges cristãos, no exercício do amor mútuo e no cumprimento dos próprios deveres, e tendendo para aquela santidade que lhes é própria, caminham juntos em direção à pátria celeste. Mas Cristo, Mediador dum Testamento mais excelente (Hb 8,6), abriu também novo caminho, em que a criatura humana, unindo-se total e diretamente ao Senhor e preocupada apenas com Ele e com as coisas que lhe dizem respeito (1Cor 7,33-35), manifesta de maneira mais clara e completa a realidade profundamente inovadora do Novo Testamento.
Virgindade e sacerdócio em Cristo Mediador
21. Cristo, Filho único de Deus, está constituído, em virtude da sua mesma encarnação, Mediador entre o céu e a terra, entre o Pai e o gênero humano. Em plena harmonia com esta missão, Cristo manteve-se toda a vida no estado de virgindade, o que significa a sua dedicação total ao serviço de Deus e dos homens. Este nexo profundo em Cristo, entre virgindade e sacerdócio, reflete-se também naqueles que têm a sorte de participar da dignidade e da missão do Mediador e Sacerdote eterno, e essa participação será tanto mais perfeita quanto o ministro sagrado estiver mais livre dos vínculos da carne e do sangue.(7)

O celibato para o reino dos céus
22. Jesus que escolheu os primeiros ministros da salvação e quis que eles fossem participantes dos mistérios do reino dos céus (Mt 13,11; cf. Mc 4,11; Lc 8,10), cooperadores de Deus a título especialíssimo e seus embaixadores (2Cor 5,20), Jesus que lhes chamou amigos e irmãos (cf. Jo 15,15; 20,17), e se consagrou por eles para que também eles fossem consagrados na verdade (cf. Jo 17,19), prometeu superabundante recompensa a todos quantos abandonem casa, família, mulher e filhos pelo reino de Deus (cf. Lc 18, 29-30). E até recomendou, (8) com palavras densas de mistério e de promessas, uma consagração mais perfeita ainda, ao reino dos céus, com a virgindade, em conseqüência dum dom especial (cf. Mt 19,11-12). A correspondência a este carisma divino tem como motivo o reino dos céus (ibid. v 12); e, do mesmo modo, é neste reino (cf. Lc 18,29-30), no evangelho (Mc 10, 29-30) e no nome de Cristo (Mt 19,29), que se encontram motivados os convites de Jesus às difíceis renúncias apostólicas no sentido duma participação mais íntima na sua própria sorte.

Testemunho dado a Cristo
23. É portanto o mistério da novidade de Cristo, de tudo o que Ele é e significa, é a soma dos mais altos ideais do evangelho e do reino, é uma manifestação particular da graça, que brota do mistério pascal do Redentor, e torna desejável e digna a escolha da virgindade por parte dos que foram chamados pelo Senhor Jesus, não só a participarem do seu ministério sacerdotal, mas a compartilharem com Ele o seu mesmo estado de vida.

Plenitude de amor
24. A correspondência à vocação divina é resposta de amor ao amor que Jesus Cristo nos mostrou de maneira sublime (cf. Jo 3,16;15,13); é resposta coberta de mistério no amor particular pelas almas a quem Ele fez sentir os apelos mais instantes (cf. Mc 10,21). A graça multiplica, com força divina, as exigências do amor; este, quando autêntico, é total, exclusivo, estável e perene, e estímulo irresistível que leva a todos os heroísmos. Por isso, a escolha do celibato consagrado foi sempre considerada pela Igreja "como sinal e estímulo da caridade": (9) sinal de amor sem reservas, estímulo de caridade que a todos abraça. Numa vida de entrega tão inteira, feita pelos motivos que expusemos, quem poderá reconhecer sinais de pobreza espiritual ou de egoísmo, sendo ela e devendo ser, pelo contrário, exemplo raro e excepcionalmente expressivo duma vida impulsionada e fortalecida pelo amor, no qual o homem exprime a grandeza que é exclusivamente sua? Quem poderá duvidar da plenitude moral e espiritual duma vida, assim consagrada não a qualquer ideal, por mais nobre que seja, mas a Cristo e à sua obra em favor duma humanidade nova, em todos os lugares e em todos os tempos?
Convite ao estudo
25. Esta perspectiva bíblica e teológica, que associa o nosso sacerdócio ministerial ao de Jesus, e que, na total e exclusiva dedicação de Cristo à sua missão salvadora, encontra exemplo e razão de ser para assimilarmos, na nossa vida, a forma de caridade e de sacrifício própria de Cristo Redentor, parece-nos tão profunda e tão rica de verdades especulativas e práticas, que vos convidamos, veneráveis Irmãos, – como convidamos os que se dão ao estudo da doutrina cristã, os mestres de espírito e todos os sacerdotes capazes de intuições sobrenaturais a respeito da sua vocação – a perseverardes no estudo de tal perspectiva, e a penetrardes nas suas íntimas e fecundas realidades, de maneira que o vínculo entre sacerdócio e celibato apareça cada vez mais claro na sua lógica, luminosa e heróica, de amor único e ilimitado a Cristo Senhor e à sua Igreja.
SIGNIFICADO ECLESIOLÓGICO DO CELIBATO
Celibato e amor de Cristo e do sacerdote para com a Igreja
26. "Conquistado por Cristo Jesus" (Fl 3,12) até ao abandono total de si mesmo a Ele, o sacerdote configura-se mais perfeitamente a Cristo, também no amor com que o eterno Sacerdote amou a Igreja seu Corpo, oferecendo-se inteiramente por ela, para a tornar Esposa sua, gloriosa, santa e imaculada (cf. Ef 5,25-27). A virgindade consagrada dos sacerdotes manifesta, de fato, o amor virginal de Cristo para com a Igreja e a fecundidade virginal e sobrenatural desta união em que os filhos de Deus não são gerados pela carne e pelo sangue (Jo 1,13).(10)
Unidade e harmonia da vida sacerdotal: o ministério da Palavra
27. O sacerdote, dedicando-se ao serviço do Senhor Jesus e do seu Corpo místico, em plena liberdade, facilitada pela sua oferta total, realiza, de modo mais completo, a unidade e a harmonia da vida sacerdotal; (11) torna-se mais capaz de ouvir a Palavra de Deus e de se entregar à oração. Na verdade, a Palavra de Deus, conservada pela Igreja, deixa na alma do sacerdote, que diariamente a medita, vive e anuncia, os ecos mais vibrantes e mais profundos.
Ofício divino e oração
28. Deste modo, como Cristo, aplicado total e exclusivamente às coisas de Deus e da Igreja (cf. Lc 2,49;1Cor 7,32-33), o ministro do Senhor, à imitação do sumo Sacerdote sempre vivo na presença de Deus a interceder por nós (cf. Hb 9,24; 7,25), encontra na recitação devota e atenta do Ofício divino, (12) na qual empresta a sua voz à Igreja que ora em união com o seu Esposo, alegria e impulso incessantes e sente necessidade de ser mais assíduo na oração, dever eminentemente sacerdotal (cf. At 6,2).
Ministério da graça e da eucaristia
29. E tudo o mais da vida do sacerdote, adquire maior plenitude de significado e de eficácia santificadora. Com efeito, o seu compromisso especial de santificação encontra novos incentivos no ministério da graça e no da eucaristia, "em que está encerrado todo o bem da Igreja": (13) operando em nome de Cristo, o sacerdote une-se mais intimamente à oferta, colocando sobre o altar a sua vida inteira, marcada com sinais de holocausto.

Vida pleníssima e fecunda
30. Quantas considerações poderíamos acrescentar ainda sobre o aumento de capacidade, de serviço, de amor e sacrifício do sacerdote em favor do Povo de Deus? Cristo disse de Si mesmo: "Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto" (Jo 12,24); e o apóstolo São Paulo não hesitava em expor-se à morte de todos os dias, para possuir nos seus fiéis a glória em Cristo Jesus (cf. 1Cor 15,31). Assim o sacerdote, na morte cotidiana a toda a sua pessoa, na renúncia ao amor legítimo de uma família própria, por amor de Jesus e do seu reino, encontrará a glória duma vida em Cristo pleníssima e fecunda, porque, como Ele e nele, ama e se entrega a todos os filhos de Deus.
Sacerdote celibatário na comunidade dos féis
31. Na comunidade dos fiéis comados aos seus cuidados, o sacerdote é Cristo presente; daqui a suma conveniência de que ele reproduza em tudo a imagem de Cristo e lhe siga o exemplo, tanto na vida íntima como na vida do próprio ministério. Para os seus filhos em Cristo, o sacerdote é sinal e penhor das realidades sublimes e novas do reino de Deus, das quais é distribuidor, possuindo-as em si no grau mais perfeito e alimentando a fé e a esperança de todos os cristãos, que, como tais, são obrigados à observância da castidade segundo o próprio estado.
Eficácia pastoral do celibato
32. A consagração a Cristo, em virtude dum título novo e excelso como é o celibato, consente, além disso, ao sacerdote, mesmo no campo prático, como é evidente, a máxima eficiência e a melhor aptidão psicológica e afetiva para o exercício contínuo daquela caridade perfeita que lhe permitirá, de maneira mais ampla e concreta, dar-se todo para o bem de todos (cf. 2Cor 12,15),(14) e garante-lhe, como é óbvio, maior liberdade e disponibilidade no ministério pastoral, (15) na sua ativa e amorosa presença no mundo, ao qual Jesus Cristo o enviou (cf. Jo 17,18), a fim de que ele pague inteiramente a todos os filhos de Deus a dívida que tem para com eles (cf. Rm 1,14).
SIGNIFICADO ESCATOLÓGICO DO CELIBATO
Aspiração do Povo de Deus pelo reino celeste
33. O reino de Deus, que "não é deste mundo" (Jo 18,36), está nele presente, aqui na terra, em mistério e atingirá a sua perfeição com a vinda gloriosa do Senhor Jesus.(16) A Igreja constitui, aqui na terra, o germe e o início deste reino; e, ao passo que vai crescendo lenta mas seguramente, aspira pelo reino perfeito e ambiciona, com todas as forças, unir-se com o seu Rei na glória.(17)
O Povo de Deus peregrino encontra-se, na história, a caminho da sua verdadeira pátria (cf. Fl 3,20), onde se manifestará em plenitude a filiação divina dos remidos (cf.1Jo 3,2) e onde brilhará definitivamente a beleza transfigurada da Esposa do Cordeiro divino.(18)

Celibato como sinal dos bens celestes
34. O nosso Senhor e Mestre disse que "na ressurreição, nem eles se casam, e nem elas se dão em casamento, mas são todos como anjos no céu" (Mt 22,30). No mundo do homem, tão absorvido nos cuidados terrenos e dominado muitas vezes pelos desejos da carne (cf.1Jo 2,16), o precioso dom divino da continência perfeita, por amor do reino dos céus, constitui exatamente "um sinal particular dos bens celestes", (19) anuncia a presença na terra dos últimos tempos da salvação (cf.l  1Cor 7,29-31) com o advento dum mundo nova, e antecipa, de alguma maneira, a consumação do reino, armando os valores supremos do mesmo, que um dia hão de brilhar em todos os filhos de Deus. É, por isso, testemunho da tensão necessária do Povo de Deus orientada para a meta última da peregrinação terrestre e é incitamento para todos erguerem o olhar às coisas do alto, onde o Senhor está sentado à direita do Pai e onde a nossa vida está escondida com Cristo em Deus, até se manifestar na glória (cf. Cl 3,1-4).