segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

SEXUALIDADE HUMANA - VI Elizabeth Kipman Cerqueira



1-    FECUNDIDADE E SEXUALIDADE
A fecundidade não pode ser separada da sexualidade. Portanto, a pessoa só vive o seu potencial humano, quando realiza plenamente a sua sexualidade e sua fecundidade. Isto significa que se deve optar pelo Amor e decidir por uma forma de vivê-lo, de maneira plenamente humana. E, deve se realizar gerando mais vida ou a maturidade sexual será apenas aparente.
Gerar mais vida, quer dizer gerar Amor, pois o Amor é a vida humana. Não se traduz somente em gerar filhos de carne e osso. Significa em primeiro lugar gerar mais vida em seu parceiro ou nas pessoas que lhe são mais próximas. Amar, gerar, criar e oferecer seus dons à humanidade para que se torne progressivamente “mais humanizada”.
Entretanto, a fecundidade física traz dificuldades concretas para o planejamento da gravidez.
A mentalidade atual que procura o benefício e o conforto mais para si, que segue a lei do menor esforço, que não supõe o seu dia-a-dia sem os objetos de consumo, que pensa nas exigências de preparo para a competição profissional gera uma postura de anti-natalidade, cujos efeitos são evidentes nos países economicamente mais desenvolvidos.
Por outro lado, as discrepâncias socioeconômicas transformam os filhos em uma carga pesada para a classe mais pobre. Tudo leva à procura de ações anticonceptivas.
Porém, não existe método anticoncepcional perfeito, ou seja, aquele 100% eficaz e eficiente que não traga efeitos secundários prejudiciais e seja tranqüilamente reversível, conforme o desejo do usuário.
Os mais eficazes são os que podem provocar mais problemas em curto e em longo prazo, mesmo com todo o investimento da pesquisa farmacêutica.
A negação absoluta para engravidar leva à necessidade de pedir pela liberação do aborto uma vez que todos os métodos podem falhar.
Esta questão exige maior aprofundamento, uma análise que não se atenha somente aos fatores imediatos pelas suas conseqüências pessoais e sociais.
Estamos diante de um campo aberto já explorado por muitos, mas que exige atenção redobrada. Atenção para que não se perca de vista a antropologia verdadeiramente humanista-personalista e não se reduza à visão utilitarista ou liberalista. Esta sempre irá prejudicar os mais fracos socialmente: os pobres, as mulheres e as crianças, mesmo que o discurso seja aparentemente o oposto.

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