1- FECUNDIDADE E SEXUALIDADE
A
fecundidade não pode ser separada da sexualidade. Portanto, a pessoa só vive o
seu potencial humano, quando realiza plenamente a sua sexualidade e sua
fecundidade. Isto significa que se deve optar pelo Amor e decidir por uma forma
de vivê-lo, de maneira plenamente humana. E, deve se realizar gerando mais vida
ou a maturidade sexual será apenas aparente.
Gerar
mais vida, quer dizer gerar Amor, pois o Amor é a vida humana. Não se traduz
somente em gerar filhos de carne e osso. Significa em primeiro lugar gerar mais
vida em seu parceiro ou nas pessoas que lhe são mais próximas. Amar, gerar,
criar e oferecer seus dons à humanidade para que se torne progressivamente
“mais humanizada”.
Entretanto,
a fecundidade física traz dificuldades concretas para o planejamento da
gravidez.
A
mentalidade atual que procura o benefício e o conforto mais para si, que segue
a lei do menor esforço, que não supõe o seu dia-a-dia sem os objetos de
consumo, que pensa nas exigências de preparo para a competição profissional
gera uma postura de anti-natalidade, cujos efeitos são evidentes nos países
economicamente mais desenvolvidos.
Por
outro lado, as discrepâncias socioeconômicas transformam os filhos em uma carga
pesada para a classe mais pobre. Tudo leva à procura de ações anticonceptivas.
Porém,
não existe método anticoncepcional perfeito, ou seja, aquele 100% eficaz e
eficiente que não traga efeitos secundários prejudiciais e seja tranqüilamente
reversível, conforme o desejo do usuário.
Os
mais eficazes são os que podem provocar mais problemas em curto e em longo
prazo, mesmo com todo o investimento da pesquisa farmacêutica.
A
negação absoluta para engravidar leva à necessidade de pedir pela liberação do
aborto uma vez que todos os métodos podem falhar.
Esta
questão exige maior aprofundamento, uma análise que não se atenha somente aos
fatores imediatos pelas suas conseqüências pessoais e sociais.
Estamos
diante de um campo aberto já explorado por muitos, mas que exige atenção
redobrada. Atenção para que não se perca de vista a antropologia
verdadeiramente humanista-personalista e não se reduza à visão utilitarista ou
liberalista. Esta sempre irá prejudicar os mais fracos socialmente: os pobres,
as mulheres e as crianças, mesmo que o discurso seja aparentemente o oposto.
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