Não há dúvida de que, no Novo Testamento, a relação do fiel com a obediência, com o cumprimento dos mandamentos e da Lei, mudou de tom. Se no Antigo Testamento a obediência estava ligada ao cumprimento de uma Lei para tornar o homem justo diante de Deus, no Novo Testamento Jesus veio falar da obediência a Deus como sinal de amor a Ele. Jesus diz no Evangelho de João: “aqueles que me amam me obedecem”. Jesus associa o amor à obediência. Na Antiga Aliança, obedecia-se para cumprir a Lei. Na Nova Aliança, Jesus dá um sentido novo: eu obedeço como sinal de Amor, porque me identifico com Aquele que manda, eu obedeço porque eu amo aquele que manda, porque o Espírito Santo que em mim habita me faz entender o sentido de obedecer àquilo que Deus está mandando que eu faça.
Então, embora a obediência seja a mesma na Nova e na Antiga Aliança, mudou radicalmente a motivação pela qual se obedece. De fato, nós entendemos a obediência hoje como expressão de amor. Nós não obedecemos aos mandamentos de Deus para sermos mais amados por Ele. Não se compra o amor de Deus, como se na medida em que eu fizer o que Ele quer, mais Ele me amará, e se eu deixar de fazer aquilo que Ele quer, Ele deixará de me amar. Isso não é verdade. O Amor de Deus não está condicionado à nossa obediência.
O Pai nos ama gratuitamente. Se Ele nos pede para fazer algo, é para o nosso bem, para a nossa felicidade. O Senhor nos pede sempre para fazer o bem e o devemos fazer por amor. Obedecer, na verdade, significa amar.
Ouça o comentário feito por Carmadélio Souza, membro da Comunidade de Aliança Shalom, sobre o Evangelho de hoje (Mt 5, 17-19):
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