313. O amor assume matizes diferentes, segundo o estado de vida a que
cada um foi chamado. Várias décadas atrás, o Concílio Vaticano II, a
propósito do apostolado dos leigos, punha em realce a espiritualidade
que brota da vida familiar. Dizia que a espiritualidade dos leigos
«deverá assumir características especiais» próprias, nomeadamente a
partir do «estado do matrimónio e da família»,
[367] e que os cuidados familiares não devem ser alheios ao seu estilo de vida espiritual.
[368]
Por isso, vale a pena deter-nos brevemente a descrever algumas
características fundamentais desta espiritualidade específica que se
desenrola no dinamismo das relações da vida familiar.
Espiritualidade da comunhão sobrenatural
314. Sempre falamos da inabitação de Deus no coração da pessoa que
vive na sua graça. Hoje podemos dizer também que a Trindade está
presente no templo da comunhão matrimonial. Assim como habita nos
louvores do seu povo (cf.
Sl 22/21, 4), assim também vive intimamente no amor conjugal que Lhe dá glória.
315. A presença do Senhor habita na família real e concreta, com
todos os seus sofrimentos, lutas, alegrias e propósitos diários. Quando
se vive em família, é difícil fingir e mentir, não podemos mostrar uma
máscara. Se o amor anima esta autenticidade, o Senhor reina nela com a
sua alegria e a sua paz. A espiritualidade do amor familiar é feita de
milhares de gestos reais e concretos. Deus tem a sua própria habitação
nesta variedade de dons e encontros que fazem maturar a comunhão. Esta
dedicação une «o humano e o divino»,
[369]
porque está cheia do amor de Deus. Em suma, a espiritualidade
matrimonial é uma espiritualidade do vínculo habitado pelo amor divino.
316. A comunhão familiar bem vivida é um verdadeiro caminho de
santificação na vida ordinária e de crescimento místico, um meio para a
união íntima com Deus. Com efeito, as exigências fraternas e
comunitárias da vida em família são uma ocasião para abrir cada vez mais
o coração, e isto torna possível um encontro sempre mais pleno com o
Senhor. Lê-se, na Palavra de Deus, que «quem tem ódio ao seu irmão está
nas trevas» (
1 Jo 2, 11), «permanece na morte» (
1 Jo 3, 14) e «não chegou a conhecer a Deus» (
1 Jo 4, 8). O meu antecessor, Bento XVI, disse que «o fechar os olhos diante do próximo torna cegos também diante de Deus»
[370] e que, fundamentalmente, o amor é a única luz que «ilumina incessantemente um mundo às escuras».
[371] Somente «se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor chegou à perfeição em nós» (
1 Jo 4, 12). Dado que «a pessoa humana tem uma inata e estrutural dimensão social»
[372] e «a primeira e originária expressão da dimensão social da pessoa é o casal e a família»,
[373]
a espiritualidade encarna-se na comunhão familiar. Por isso, aqueles
que têm desejos espirituais profundos não devem sentir que a família os
afasta do crescimento na vida do Espírito, mas é um percurso de que o
Senhor Se serve para os levar às alturas da união mística.
Unidos em oração à luz da Páscoa
317. Se a família consegue concentrar-se em Cristo, Ele unifica e
ilumina toda a vida familiar. Os sofrimentos e os problemas são vividos
em comunhão com a Cruz do Senhor e, abraçados a Ele, pode-se suportar os
piores momentos. Nos dias amargos da família, há uma união com Jesus
abandonado, que pode evitar uma ruptura. As famílias alcançam pouco a
pouco, «com a graça do Espírito Santo, a sua santidade através da vida
matrimonial, participando também no mistério da cruz de Cristo, que
transforma as dificuldades e os sofrimentos em oferta de amor».
[374]
Por outro lado, os momentos de alegria, o descanso ou a festa, e mesmo a
sexualidade são sentidos como uma participação na vida plena da sua
Ressurreição. Os cônjuges moldam, com vários gestos quotidianos, este
«espaço teologal, onde se pode experimentar a presença mística do Senhor
ressuscitado».
[375]
318. A oração em família é um meio privilegiado para exprimir e reforçar esta fé pascal.
[376]
Podem-se encontrar alguns minutos cada dia para estar unidos na
presença do Senhor vivo, dizer-Lhe as coisas que os preocupam, rezar
pelas necessidades familiares, orar por alguém que está a atravessar um
momento difícil, pedir-Lhe ajuda para amar, dar-Lhe graças pela vida e
as coisas boas, suplicar à Virgem que os proteja com o seu manto de Mãe.
Com palavras simples, este momento de oração pode fazer muito bem à
família. As várias expressões da piedade popular são um tesouro de
espiritualidade para muitas famílias. O caminho comunitário de oração
atinge o seu ponto culminante ao participarem juntos na Eucaristia,
sobretudo no contexto do descanso dominical. Jesus bate à porta da
família, para partilhar com ela a Ceia Eucarística (cf.
Ap 3,
20). Aqui, os esposos podem voltar incessantemente a selar a aliança
pascal que os uniu e reflecte a Aliança que Deus selou com a humanidade
na Cruz.
[377] A Eucaristia é o sacramento da Nova Aliança, em que se actualiza a acção redentora de Cristo (cf.
Lc 22, 20). Constatamos, assim, os laços íntimos que existem entre a vida conjugal e a Eucaristia.
[378] O alimento da Eucaristia é força e estímulo para viver cada dia a aliança matrimonial como «igreja doméstica».
[379]
Espiritualidade do amor exclusivo e libertador
319. No matrimónio, vive-se também o sentido de pertencer
completamente a uma única pessoa. Os esposos assumem o desafio e o
anseio de envelhecer e gastar-se juntos, e assim reflectem a fidelidade
de Deus. Esta firme decisão, que marca um estilo de vida, é uma
«exigência interior do pacto de amor conjugal»,
[380] porque, «quem não se decide a amar para sempre, é difícil que possa amar deveras um só dia».
[381]
Mas isto não teria significado espiritual, se fosse apenas uma lei
vivida com resignação. É uma pertença do coração, lá onde só Deus vê
(cf.
Mt 5, 28). Cada manhã, quando se levanta, o cônjuge renova
diante de Deus esta decisão de fidelidade, suceda o que suceder ao longo
do dia. E cada um, quando vai dormir, espera levantar-se para continuar
esta aventura, confiando na ajuda do Senhor. Assim, cada cônjuge é para
o outro sinal e instrumento da proximidade do Senhor, que não nos deixa
sozinhos: «Eu estarei sempre convosco, até ao fim dos tempos» (
Mt 28, 20).
320. Há um ponto em que o amor do casal alcança a máxima libertação e
se torna um espaço de sã autonomia: quando cada um descobre que o outro
não é seu, mas tem um proprietário muito mais importante, o seu único
Senhor. Ninguém pode pretender possuir a intimidade mais pessoal e
secreta da pessoa amada, e só Ele pode ocupar o centro da sua vida. Ao
mesmo tempo, o princípio do realismo espiritual faz com que o cônjuge
não pretenda que o outro satisfaça completamente as suas exigências. É
preciso que o caminho espiritual de cada um – como justamente indicava
Dietrich Bonhoeffer – o ajude a «desiludir-se» do outro,
[382]
a deixar de esperar dessa pessoa aquilo que é próprio apenas do amor de
Deus. Isto exige um despojamento interior. O espaço exclusivo, que cada
um dos cônjuges reserva para a sua relação pessoal com Deus, não só
permite curar as feridas da convivência, mas possibilita também
encontrar no amor de Deus o sentido da própria existência. Temos
necessidade de invocar cada dia a acção do Espírito, para que esta
liberdade interior seja possível.
Espiritualidade da solicitude, da consolação e do estímulo
321. «Os esposos cristãos são cooperadores da graça e testemunhas da
fé um para com o outro, para com os filhos e demais familiares».
[383] Deus convida-os a gerar e a cuidar. Por isso mesmo, a família «foi desde sempre o “hospital” mais próximo».
[384]
Prestemo-nos cuidados, apoiemo-nos e estimulemo-nos mutuamente, e
vivamos tudo isto como parte da nossa espiritualidade familiar. A vida
em casal é uma participação na obra fecunda de Deus, e cada um é para o
outro uma permanente provocação do Espírito. O amor de Deus exprime-se
«através das palavras vivas e concretas com que o homem e a mulher se
declaram o seu amor conjugal».
[385]
Assim, os dois são entre si reflexos do amor divino, que conforta com a
palavra, o olhar, a ajuda, a carícia, o abraço. Por isso, «querer
formar uma família é ter a coragem de fazer parte do sonho de Deus, a
coragem de sonhar com Ele, a coragem de construir com Ele, a coragem de
unir-se a Ele nesta história de construir um mundo onde ninguém se sinta
só».
[386]
322. Toda a vida da família é um «pastoreio» misericordioso. Cada um,
cuidadosamente, desenha e escreve na vida do outro: «A nossa carta sois
vós, uma carta escrita nos nossos corações (...) não com tinta, mas com
o Espírito do Deus vivo» (
2 Cor 3, 2-3). Cada um é um «pescador de homens» (
Lc 5, 10) que, em nome de Jesus, lança as redes (cf.
Lc
5, 5) para os outros, ou um lavrador que trabalha nesta terra fresca
que são os seus entes queridos, incentivando o melhor deles. A
fecundidade matrimonial implica promover, porque «amar uma pessoa é
esperar dela algo indefinível e imprevisível; e é, ao mesmo tempo,
proporcionar-lhe de alguma forma os meios para satisfazer tal
expectativa».
[387] Isto é um culto a Deus, pois foi Ele que semeou muitas coisas boas nos outros, com a esperança de que as façamos crescer.
323. É uma experiência espiritual profunda contemplar cada ente
querido com os olhos de Deus e reconhecer Cristo nele. Isto exige uma
disponibilidade gratuita que permita apreciar a sua dignidade. É
possível estar plenamente presente diante do outro, se uma pessoa se
entrega gratuitamente, esquecendo tudo o que existe em redor. Assim a
pessoa amada merece toda a atenção. Jesus era um modelo, porque, quando
alguém se aproximava para falar com Ele, fixava nele o seu olhar, olhava
com amor (cf.
Mc 10, 21). Ninguém se sentia transcurado na sua
presença, pois as suas palavras e gestos eram expressão desta pergunta:
«Que queres que te faça?» (
Mc 10, 51). Vive-se isto na vida
quotidiana da família. Nela, recordamos que a pessoa que vive connosco
merece tudo, pois tem uma dignidade infinita por ser objecto do amor
imenso do Pai. Assim floresce a ternura, capaz de «suscitar no outro a
alegria de sentir-se amado. Exprime-se, de modo particular, no
debruçar-se com delicada atenção sobre os limites do outro,
especialmente quando aparecem de forma evidente».
[388]
324. Sob o impulso do Espírito, o núcleo familiar não só acolhe a
vida gerando-a no próprio seio, mas abre-se também, sai de si para
derramar o seu bem nos outros, para cuidar deles e procurar a sua
felicidade. Esta abertura exprime-se particularmente na hospitalidade,
[389]
que a Palavra de Deus encoraja de forma sugestiva: «Não vos esqueçais
da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram
anjos» (
Heb 13, 2). Quando a família acolhe e sai ao encontro dos
outros, especialmente dos pobres e abandonados, é «símbolo, testemunho,
participação da maternidade da Igreja».
[390]
Na realidade, o amor social, reflexo da Trindade, é o que unifica o
sentido espiritual da família e a sua missão fora de si mesma, porque
torna presente o querigma com todas as suas exigências comunitárias. A
família vive a sua espiritualidade própria, sendo ao mesmo tempo uma
igreja doméstica e uma célula viva para transformar o mundo.
[391]
***
325. As palavras do Mestre (cf.
Mt 22, 30) e as de São Paulo (cf.
1 Cor
7, 29-31) sobre o matrimónio estão inseridas – não por acaso – na
dimensão última e definitiva da nossa existência, que precisamos de
recuperar. Assim, os esposos poderão reconhecer o sentido do caminho que
estão a percorrer. Com efeito, como recordamos várias vezes nesta
Exortação, nenhuma família é uma realidade perfeita e confeccionada duma
vez para sempre, mas requer um progressivo amadurecimento da sua
capacidade de amar. Há um apelo constante que provém da comunhão plena
da Trindade, da união estupenda entre Cristo e a sua Igreja, daquela
comunidade tão bela que é a família de Nazaré e da fraternidade sem
mácula que existe entre os Santos do céu. Mas contemplar a plenitude que
ainda não alcançámos permite-nos também relativizar o percurso
histórico que estamos a fazer como família, para deixar de pretender das
relações interpessoais uma perfeição, uma pureza de intenções e uma
coerência que só poderemos encontrar no Reino definitivo. Além disso,
impede-nos de julgar com dureza aqueles que vivem em condições de grande
fragilidade. Todos somos chamados a manter viva a tensão para algo mais
além de nós mesmos e dos nossos limites, e cada família deve viver
neste estímulo constante. Avancemos, famílias; continuemos a caminhar!
Aquilo que se nos promete é sempre mais. Não percamos a esperança por
causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a
plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida.
Oração à Sagrada Família
Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão;
e quem tiver sido ferido ou escandalizado
seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré,
fazei que todos nos tornemos conscientes
do carácter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projecto de Deus.
Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Ámen.
Dado em Roma, junto de São Pedro, no Jubileu Extraordinário da
Misericórdia, a 19 de Março – solenidade de São José – do ano 2016,
quarto do meu Pontificado.
Franciscus
[1]III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos,
Relatio Synodi (18 de Outubro de 2014), 2.
[2]XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos,
Relatio Finalis (24 de Outubro de 2015), 3.
[3]Francisco,
Discurso no encerramento da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (24 de Outubro de 2015):
L’Osservatore Romano(ed. semanal portuguesa de 29/X/2015), 9; cf. Pont. Comissão Bíblica,
Fé e cultura à luz da Bíblia. Actas da Sessão Plenária de 1979 da Pontifícia Comissão Bíblica (Turim 1981); Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo
Gaudium et spes, 44; João Paulo II, Carta enc.
Redemptoris missio (7 de Dezembro de 1990), 52:
AAS 83 (1991), 300; Francisco, Exort. ap.
Evangelii gaudium (24 de Novembro de 2013), 69.117:
AAS 105 (2013), 1049.1068-1069.
[5]Jorge Luís Borges, «Calle desconocida», in
Fervor de Buenos Aires (Buenos Aires 2011), 23.
[10]Conferência Episcopal Espanhola,
Matrimonio y familia (6 de Julho de 1979), 3.16.23.
[17]III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos,
Mensagem (18 de Outubro de 2014):
L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 23/X/2014), 7.
[21]Conferência dos Bispos católicos da Coreia,
Towards a culture of life! (15 de Março de 2007).
[23]Pont. Conselho para a Família,
Carta dos direitos da família (22 de Outubro de 1983), 11.
[25]Pont. Conselho para a Família,
Carta dos direitos da família (22 de Outubro de 1983), introdução.
[38]Conferência Episcopal Argentina,
Navega mar adentro (31 de Maio de 2003), 42.
[39]Conferência Episcopal Mexicana,
Que en Cristo Nuestra Paz México tenga vida digna (15 de Fevereiro de 2009), 67.
[49]Conferência Episcopal da Colômbia,
A tiempos difíciles, colombianos nuevos (13 de Fevereiro de 2003), 3.
[51]
Ibid., 164:
o. c., 1088.
[53]
Ibid., 165:
o. c., 1089.
[69]Leão Magno,
Epistula Rustico narbonensi episcopo, inquis. IV:
PL 54, 1205A; cf. Incmaro de Reims,
Epist. 22:
PL 126, 142.
[70]Cf. Pio XII, Carta enc.
Mystici Corporis Christi (29 de Junho de 1943):
AAS 35 (1943), 202: «
Matrimonio enim quo coniuges sibi invicem sunt ministri gratiae…».
[80]Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo
Gaudium et spes, 48.
[84]Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo
Gaudium et spes, 48.
[86]Cf. Paulo VI, Carta enc.
Humanae vitae (25 de Julho de 1968), 11-12:
AAS 60 (1968), 488-489.
[88]Congr. para a Doutrina da Fé, Instr. sobre o respeito da vida humana nascente e a dignidade da procriação
Donum vitae (22 de Fevereiro de 1987), II, 8:
AAS 80 (1988), 97.
[106]
Exercícios espirituais, Contemplação para alcançar o amor (230).
[107]Octavio Paz,
La llama doble (Barcelona 1993), 35.
[108]Tomás de Aquino,
Summa theologiae, II-II, q. 114, art. 2, ad 1.
[110]
Summa theologiae, II-II, q. 27, art. 1, ad. 2.
[111]
Ibid., II-II, q. 27, art. 1.
[114]
Sermon delivered at Dexter Avenue Baptist Church (Montgomery-Alabama 17 de Novembro de 1957).
[115]São Tomás de Aquino entende o amor como «
vis unitiva» (
Summa theologiae, I, q. 20, art. 1, ad 3), retomando uma expressão de Dionísio Pseudo-Areopagita (
De divinis monibus, IV, 12:
PG 3, 709).
[116]
Ibid., II-II, q. 27, art. 2.
[122]Tomás de Aquino,
Summa contra gentiles, III, 123; cf. Aristóteles,
Ética a Nicómaco, 8, 12 (ed. Bywater, Oxford 1984, 174).
[123]Francisco, Carta enc.
Lumen fidei (29 de Junho de 2013), 52:
AAS 105 (2013), 590.
[124]«De sacramento matrimonii», I, 2 in: Idem,
Disputationes de controversiis christianae fidei, III, 5, 3 (ed. Giuliano, Nápoles 1858, 778).
[127]Cf.
Summa theologiae, I-II, q. 31, art. 3, ad 3.
[129]Tomás de Aquino,
Summa theologiae, I-II, q. 26, art. 3.
[130]
Ibid., I-II, q. 110, art. 1.
[131]
Confissões, VIII, 3, 7:
PL 32, 752.
[133]Idem,
Angelus (29 de Dezembro de 2013):
L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 02/I/2014), 12.
[135]
Summa theologiae, II-II, q. 24, art. 7.
[137]Conferência Episcopal do Chile,
La vida y la familia: regalos de Dios para cada uno de nosotros (21 de Julho de 2014).
[139]A. Sertillanges,
L’amour chrétien (Paris 1920), 174.
[140]Cf. Tomás de Aquino,
Summa theologiae, I-II, q. 24, art. 1.
[141]Cf.
ibid., I-II, q. 59, art. 5.
[143]
Ibid., 4:
o. c., 220.
[144]Cf. Tomás de Aquino,
Summa theologiae, I-II, q. 32, art. 7.
[145]Cf.
ibid., II-II, q. 153, art. 2, ad 2: «
Abundantia delectationis quae est in actu venereo secundum rationem ordinato, non contrariatur medio virtutis».
[154]Josef Pieper,
Über die Liebe (Munique 2014), 174-175.
[164]
Ibid., 7:
o. c., 223-224.
[167]
Glossa in quatuor libros sententiarum Petri Lombardi, IV, XXVI, 2 (Quaracchi 1957, 446)
.
[172]Cf. Tomás de Aquino,
Summa theologiae, II-II, q. 27, art. 1.
[174]João Paulo II,
Catequese (31 de Outubro de 1984), 6:
Insegnamenti 7/2 (1984), 1072;
L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 04/XI/1984), 12.
[181]«Todos
tenham bem presente que a vida humana e a missão de a transmitir não se
limitam a este mundo, nem podem ser medidas ou compreendidas unicamente
em função dele, mas que estão sempre relacionadas com o eterno destino
do homem» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo
contemporâneo
Gaudium et spes, 51).
[182]
Carta à Secretária-Geral da Conferência Internacional da ONU sobre População e Desenvolvimento (18 de Março de 1994):
Insegnamenti17/1 (1994), 750-751;
L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 02/IV/1994), 4.
[188]Conferência dos Bispos Católicos da Austrália, Carta pastoral
Don’t Mess with Marriage (24 de Novembro de 2015), 11.
[200]V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe,
Documento de Aparecida (29 de Junho de 2007), 457.
[204]Mário Benedetti, «Te quiero», in
Poemas de otros (Buenos Aires 1993), 316.
[239]Conferência Episcopal Italiana. Comissão episcopal para a família e a vida,
Orientamenti pastorali sulla preparazione al matrimonio e alla famiglia (22 de Outubro de 2012), 1.
[240]Inácio de Loyola,
Exercícios espirituais, anotação 2.
[242]João Paulo II,
Catequese (27 de Junho de 1984), 4:
Insegnamenti 7/1 (1984), 1941;
L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 01/VII/1984), 12.
[244]Conferência Episcopal do Quénia,
Mensagem de Quaresma (18 de Fevereiro de 2015).
[246]João Paulo II,
Catequese (4 de Julho de 1984), 3.6:
Insegnamenti 7/2 (1984), 9.10;
L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 08/VII/1984), 12.
[247]
Relatio Finalis2015, 59.
[253]
Cântico espiritual B, XXV, 11.
[278]
Relatio Finalis 2015, 76; cf. Congr. para a Doutrina da Fé,
Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais (3 de Junho de 2003), 4.
[287]Cf.«Últimos colóquios: “Caderno Amarelo” da Madre Inês» (17 de Julho de 1897):
Opere complete (Cidade do Vaticano 1997), 1028. Nesta linha, é
significativo o testemunho das carmelitas de que Santa Teresa prometera
que a sua partida deste mundo havia de ser «como uma chuva de rosas» (
Ibid., 9 de Junho de 1897:
o. c., 991).
[288]Jordão de Saxónia,
Libellus de principiis Ordinis predicatorum, 93:
Monumenta Historica Sancti Patris Nostri Dominici, XVI (Roma 1935), 69.
[303]Erich Fromm,
The Art of Loving (Nova York 1956), 54.
[307]
De sancta virginitate, 7, 7:
PL 40, 400.
[324]
Ibid., 9:
o. c., 90.
[329]João Paulo II, Exort. ap.
Familiaris consortio (22 de Novembro de 1981), 84:
AAS 74 (1982), 186. Nestas situações, muitos, conhecendo e
aceitando a possibilidade de conviver «como irmão e irmã» que a Igreja
lhes oferece, assinalam que, se faltam algumas expressões de intimidade,
«não raro se põe em risco a fidelidade e se compromete o bem da prole»
(Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo
Gaudium et spes,51).
[336]E
também não devem ser sempre os mesmos na aplicação da disciplina
sacramental, dado que o discernimento pode reconhecer que, numa situação
particular, não há culpa grave. Neste caso, aplica-se o que afirmei
noutro documento: cf. Exort. ap.
Evangelii gaudium (24 de Novembro de 2013), 44.47:
AAS 105 (2013), 1038-1040.
[341]Cf.
Summa theologiae I-II, q. 65, art. 3, ad. 2;
De malo, q. 2, a. 2.
[342]
Summa theologiaeI-II, q. 65, art. 3,ad. 3.
[344]N. 2352; cf. Congr. para a Doutrina da Fé,
Decl. sobre a eutanásia Iura et bona (5 de Maio de 1980), II:
AAS 72 (1980), 546. João Paulo II, ao criticar algumas leituras
da categoria «opção fundamental», reconhecia que «podem, sem dúvida,
verificar-se situações muito complexas e obscuras sob o ponto de vista
psicológico, que influem na imputabilidade subjectiva do pecador»
[Exort. ap.
Reconciliatio et paenitentia (2 de Dezembro de 1984), 17:
AAS 77 (1985), 223].
[347]
Summa theologiae I-II, q. 94, art. 4.
[348]Referindo-se
ao conhecimento geral da norma e ao conhecimento particular do
discernimento prático, São Tomás chega a dizer que, «se existir apenas
um dos dois conhecimentos, é preferível que este seja o conhecimento da
realidade particular porque está mais próximo do agir» [
Sententia libri Ethicorum, VI, 6 (ed. Leonina, t. 47, 354)].
[350]
À procura duma ética universal: um novo olhar sobre a lei natural(2009)
, 59.
[351]Em
certos casos, poderia haver também a ajuda dos sacramentos. Por isso,
«aos sacerdotes, lembro que o confessionário não deve ser uma câmara de
tortura, mas o lugar da misericórdia do Senhor» [Francisco, Exort. ap.
Evangelii gaudium (24 de Novembro de 2013), 44:
AAS 105 (2013), 1038]. E de igual modo assinalo que a
Eucaristia «não é um prémio para os perfeitos, mas um remédio generoso e
um alimento para os fracos» [
Ibid., 47:
o. c., 1039].
[352]
Ibid., 44:
o. c., 1038-1039.
[353]
De catechizandis rudibus, I, 14, 22:
PL 40, 327; cf. Francisco, Exort. ap.
Evangelii gaudium (24 de Novembro de 2013), 193:
AAS 105 (2013), 1101.
[356]
Ibid., 45:
o. c., 1039.
[357]
Ibid., 270:
o. c., 1128.
[359]
Ibid., 5:
o. c., 402.
[360]
Ibid., 9:
o. c., 405.
[361]
Ibid., 10:
o. c., 406.
[363]Cf.
ibid., 36-37:
o. c., 1035.
[364]Talvez
por escrúpulo, oculto por detrás dum grande desejo de fidelidade à
verdade, alguns sacerdotes exigem aos penitentes um propósito de emenda
claro sem sombra alguma, fazendo com que a misericórdia se esfume
debaixo da busca duma justiça supostamente pura. Por isso vale a pena
recordar o ensinamento de São João Paulo II quando afirmou que a
previsibilidade duma nova queda «não prejudica a autenticidade do
propósito» [
Carta ao Card. William W. Baum por ocasião do curso sobre o foro interno, organizado pela Penitenciaria Apostólica(22 de Março de 1996), 5:
Insegnamenti, 19/1 (1996), 589;
L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 30/III/1996), 3].
[371]
Ibid., 39:
o. c., 250.
[375]João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal
Vita consecrata (25 de Marco de 1996), 42:
AAS 88 (1996), 416.
[378]Não esqueçamos que a Aliança de Deus com o seu povo se exprime como um desposório (cf.
Ez 16, 8.60;
Is 62, 5;
Os 2, 21-22), e a nova Aliança é apresentada também como um matrimónio (cf.
Ap 19, 7; 21, 2;
Ef 5, 25).
[381]Idem,
Homilia na Eucaristia celebrada para as famílias, em Córdova/Argentina (8 de Abril de 1987), 4:
Insegnamenti 10/1 (1987), 1161-1162;
L´Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 08/V/1987), 6.
[382]Cf.
Gemeinsames Leben (Munique 1973), 18.
[387]Gabriel Marcel,
Homo viator: prolégomènes à une métaphysique de l´espérance (Paris 1944), 63.
[390]
Ibid., 49:
o. c., 141.
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